Resumo |
INTRODUÇÃO: As pectinases são produzidas por diferentes microrganismos e são utilizadas nas indústrias alimentícia, têxtil, de papel, de rações e bioetanol. A incorporação de pectinases na ração aumenta a absorção de nutrientes pelos animais pela disponibilização dos nutrientes. OBJETIVO: Analisar a atividade de pectinase em extratos da levedura Kluyveromyces marxianus visando a sua aplicação em rações de monogástricos. MATERIAIS E MÉTODOS: A levedura foi cultivada via fermentação submersa em meio YEP contendo glicose a 0% ou 0,5% (m/v), além de sulfato de amônio (150 mg/ml) e KCl (60 mg/ml). A produção de pectinase pela levedura foi avaliada por teste de atividade empregando como substrato o ácido poligalacturônico a 0,25% (m/v) e avaliada pelo teste do ácido 3,5–dinitrosalicílico (DNS), tendo a glicose como substrato para curva padrão. Uma unidade enzimática foi definido como a quantidade de enzima necessária para catalisar uma reação com formação de 1 micromol de produto por minuto. O extrato composto pelo sobrenadante da cultura foi então submetido a avaliação do pH (de 3,0 a 8,0), além de termoestabilidade a 80 e 90 ºC por 90 min. Os valores de pH de 3,0 e 4,0 foram ajustados com tampão citrato de sódio 0,1 M; 5,0 e 6,0 com tampão acetato de sódio 0,1 M e 7,0 e 8,0 com tampão Tris-HCl 0,1 M. RESULTADOS: O sobrenadante da cultura da levedura apresentou maior atividade de pectinase quando esta foi cultivada com meio contendo 0,5 % de glicose, alcançando valores de até 0,12 U/mL. A enzima apresentou estabilidade na faixa de pH testada, com maior atividade em valores de pH 4,0 e 5,0 e mantendo 65 e 50% da atividade máxima nos meios com pH 3,0 e 8,0, respectivamente. Entretanto, ela foi completamente inibida quando submetida à temperatura de 90 °C em um intervalo de tempo de 3 min. CONCLUSÃO: O extrato da levedura K. marxianus possui atividade de hidrólise de pectina, apresentando assim um bom potencial à aplicação industrial. A alta estabilidade a diferentes valores de pH é uma ótima característica para utilização em rações para monogástricos. A baixa termoestabilidade pode ser revertida, usando por exemplo técnicas de imobilização como encapsulamento e microencapsulamento. |