Resumo |
O solo é o elemento central dos ecossistemas nativos ou manejados, e desempenha diversas e importantes funções. Neste sentido, a sustentabilidade dos ecossistemas agrícolas está diretamente relacionada ao pleno funcionamento do solo. As atividades antrópicas de uso e manejo podem promover modificações em atributos edáficos. Em solos de clima tropical, como os Latossolos, é comum observar problemas de elevada acidez ativa e altos teores de alumínio trocável. Neste sentido, os sistemas antrópicos de uso da terra que utilizem corretivos podem promover melhorias na qualidade química do solo. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da conversão de uma área de pastagem degradada em área de cultivo florestal sobre a acidez ativa e o teor de alumínio trocável em um Latossolo Amarelo na região litorânea do estado do Rio Grande do Norte. Amostras compostas de solo foram coletadas na profundidade de 0-20 cm em área sob mesmas condições edafoclimáticas e relevo plano, em diferentes usos do solo: pastagem degradada (pt), cultivos com espécies florestais florestais (cf) e mata nativa (mn). As amostras foram secas ao ar e passadas em malha de 2 mm para obter a TFSA. Foram realizadas análises de acidez ativa (pH em água na relação solo:água 1:2,5) e teor de alumínio trocável (extraído com KCl 1,0 mol/L). Os valores foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis e as médias foram comparadas por meio do teste de Dunnett (p = 0,05) utilizando o software R. O solo da área de cultivo florestal apresentou o maior valor de pH (6,25); o da pastagem degradada e o da mata nativa apresentaramvalores de pH significativamente mais baixos (5,77 e 5,54, respectivamente). Os baixos valores de pH observados no solo da pastagem degradada podem estar relacionado as características genéticas do solo. Já no solo da mata, os baixos valores podem estar associado, além do fator genético, a presença de ácidos orgânicos liberados durante o processo de decomposição dos resíduos orgânicos e pela maior liberação de exsudatos orgânicos ácidos pelas raízes. Quanto ao teor de Al3+, os menores teores estiveram associados ao solo dos cultivos florestais, com média de 0,04 cmolc/dm³, enquanto o solo associado a pastagem degradada e a mata nativa apresentaram teores mais elevados (0,15 e 0,18 cmolc/dm³). Quando o teor de Al3+ foi analisado em função do pH, percebe-se que o teor de alumínio apresenta relação linear negativa com a acidez ativa do solo. Esse resultado explica-se pelo fato de que, a valores de pH superiores a 5,4 o Al3+ antes trocável (ou disponível) precipita em formas indisponíveis no solo. A conversão pastagem degradada em cultivo florestal promoveu melhorias na qualidade química do solo. |