Resumo |
O Brasil, apesar de ser um país rico em florestas e biodiversidade, ainda é um país que sofre com a não realização de um manejo adequado em toda a sua área, seja em áreas de florestas conservadas ou áreas de produção. Dessa forma faz-se necessário o plantio de espécies florestais na recuperação ambiental e sua diversidade. Conhecendo melhor as particularidades das espécies, tais como o método necessário para viabilizar a germinação da semente e a sua superação da dormência, aumentam as chances de sucesso para a implantação de espécies florestas nativas. A dormência é caracterizada pelo atraso de germinação das sementes mesmo em condições favoráveis para tal, assim ela é distribuída no tempo, favorecendo a sobrevivência das espécies. Por outro lado, lotes de sementes que possuem algum tipo de dormência podem ter a sua taxa de germinação subestimada quando são obtidos baixos valores de porcentagem de germinação. O teste de germinação em condições controladas de umidade, temperatura e substrato é frequentemente empregado para avaliar o potencial germinativo de sementes. O presente estudo teve como objetivo analisar a quebra de dormência de quatro distintas espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica brasileira. O trabalho foi conduzido no Laboratório de Sementes do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, a requerimento da Sociedade de Investigações Florestais (SIF) para a proponente Florestal Jr. Consultoria UFV. As espécies estudadas foram jatobá (Hymenea courbaril), leucena (Leucaena leucocephala), olho-de-cabra (Ormosia arboria) e angico-vermelho (Anadenanthera peregrina). Os tratamentos para superação de dormência consistiram em lixar o lado oposto ao embrião e imersão em água por 24 horas para jatobá; imersão em ácido fosfórico por 10 minutos para a leucena; imersão em ácido sulfúrico com 40 minutos para olho-de-cabra. O angico vermelho não foi submetido a nenhum tratamento, uma vez que não houve a necessidade de superar dormência. Todas sementes foram tratadas em CAPTAN 1% durante 3 minutos. As sementes foram colocadas em placas de Petri (9mm de Ø) e caixas plásticas gerbox mediante a utilização do substrato papel germitest, conforme a necessidade de cada semente. Foram utilizadas 4 repetições com 25 sementes para cada espécie avaliada, totalizando 100 sementes por tratamento. Todo experimento foi conduzido em BOD à 25°C e irrigadas com água destilada. A característica avaliada para germinação foi emergência de raiz primária. O tempo de duração dos testes foi de 21 dias. O respectivo valor médio (em porcentagem) de germinação alcançado por espécie foi: Hymenea courbaril 75%, (±6,6%); Leucaena leucocephala 32% (±0%); Ormosia arbória 85% (±5,9%); Anadenanthera peregrina 74% (±17,5%). A espécie Ormosia arboria apresentou maior êxito quanto ao teste de germinação após o tratamento aplicado, logo, o teste de superação de dormência com H2SO4 é recomendado para esta espécie. |