Resumo |
A produtividade do milho em regiões de baixa altitude, conhecidas como terras baixas, é inferior à produtividade em áreas de altitude mais elevada. Isso se deve ao fato de que a altitude influencia a temperatura e a radiação solar. Esses fatores estão diretamente relacionados aos processos fisiológicos da planta, e isso leva à diminuição do seu potencial produtivo. Assim, a avaliação da variabilidade genotípica de híbridos nessas condições se torna de suma importância. Dessa forma, objetivou-se com esse trabalho, avaliar a variação genotípica entre híbridos experimentais desenvolvidos pela UFV em condições de terras baixas. Para isso, foram avaliados 196 híbridos: 190 híbridos experimentais desenvolvidos pelo Programa Milho e seis híbridos comerciais utilizados como testemunhas. O experimento foi realizado no Sítio do Tanque, em Leopoldina – MG, na safra de 2018/19. Foi utilizado o delineamento experimental blocos incompletos (látice quadrado 14 x 14), com duas repetições. Cada parcela foi constituída de uma linha de quatro metros de comprimento, espaçadas em 0,80 m. Os caracteres avaliados foram dias até florescimento masculino (FM, dias) e feminino (FF, dias), altura de planta (AP, cm) e espiga (AE, cm), prolificidade (PRL, espigas planta-1) e produtividade de grãos (PG, kg ha-1). As estimativas de variâncias e os valores genéticos foram obtidos pelo método REML/BLUP com auxílio do software R. O coeficiente de variação experimental variou de 2,18% (FM) a 14,92% (PG). Como se tratam de caracteres quantitativos e esses são muito influenciados pelo ambiente, esse coeficiente de variação indica uma boa precisão nas avaliações dos caracteres. Houve significância para todos os caracteres pelo teste qui-quadrado (P<0,01). Foi observado uma variação para FM de 54 a 65 dias. O FF apresentou valores de mínimo e máximo de 55 e 69 dias, respectivamente. O caractere AP variou de 104 a 279 cm. A AE variou de 80 a 221 cm. A PRL teve uma variação de 0,92 a 1,34 espiga planta-1. A estimativa da herdabilidade variou de 0,51 (FF) a 0,75 (AP), considerada de magnitude moderada. Esses valores indicam uma situação favorável à seleção. A PG foi o principal caractere avaliado, cuja média geral foi de 7.578,08 kg ha-1, com uma variação de 4.756,58 a 10.773,34 kg ha-1. Dos 20 híbridos mais produtivos, 14 foram híbridos experimentais. A média dos híbridos experimentais foi de 7.516,78 kg ha-1 e das testemunhas foi de 9.519,11 kg ha-1. O híbrido comercial DKB390PRO3 foi o obteve a maior produtividade (10.773,34 kg ha-1). Dentro dos híbridos experimentais, o VML144xVML165 foi o mais produtivo (10.293,22 kg ha-1). Isso indica que os híbridos experimentais apresentam comportamento satisfatório quando avaliados em condições de terras baixas. Conclui-se que os híbridos apresentam variabilidade genotípica e potencial produtivo elevado, e que podem ser selecionados genótipos superiores para recomendação aos produtores de regiões de terras baixas. |