Resumo |
O sorgo granífero apresenta mecanismos de tolerância ao estresse hídrico, que tem resultado em estratégias produtivas, frente às limitações de recursos hídricos e distribuição irregular de chuvas. No entanto, a resposta de danos é mais severa quando o estresse ocorre após o florescimento, na fase de enchimento de grãos, explicado pelas alterações das atividades metabólicas e fisiológicas, que são limitadas pelo déficit hídrico, resultando na baixa produtividade. O objetivo deste trabalho foi selecionar, dentre 20 híbridos comerciais de sorgo granífero, aqueles com maior tolerância ao estresse hídrico nas condições de pré e pós florescimento. Para isso, foram conduzidos os ensaios em Nova Porteirinha – MG, (2018), sob três condições contrastantes: com irrigação plena; estresse hídrico, com corte de irrigação entre 25 e 45 dias após a semeadura (DAS); e estresse por corte de irrigação apos florescimento. Foram avaliadas as características: ciclo (dias), altura de plantas (cm) e produtividade de grãos (t.ha-1). As análises conjuntas foram procedidas para testar a interação entre genótipos, entre ambientes e dos genótipos vs ambientes, e o teste Tukey a 5% de significância. Quanto ao ciclo, as análises mostraram diferença entre os híbridos e entre os ambientes, mas não houve interação ou diferença para os híbridos dentro de cada ambiente, que permitisse selecionar os melhores para tais condições. Estes resultados são parcialmente esperados, já que a condução do melhoramento para redução de ciclo do sorgo granífero tornou as diferenças entre os híbridos comerciais quase irrisórias para este caráter, e, que se mantiveram nas condições adversas também. Para altura de plantas, todas as interações foram significativas, com diferenças, principalmente, entre as médias dos ambientes. Quando submetidas às condições de estresse pós-florescimento a altura das plantas decaiu, em média 15 cm. Isso pode ser explicado pela tentativa do sorgo em minimizar seu gasto energético para desenvolvimento, convertendo os metabólitos para compensar a reprodução e produtividade. Para a produtividade de grãos a interação entre genótipos x ambientes é a manifestação fenotípica mais importante para a tolerância à seca. Aqueles com menor decréscimo de produtividade entre o controle e os ambientes com estresse foram considerados mais tolerantes. O índice foi obtido pela média dos híbridos no ambiente controle menos a média nos ambientes em estresse, e % de redução da produtividade. DKB 550, 50A70, 1167048, AG1080, AS 4625, 1105661, BRS 330, 1167092, BRS310, apresentaram índice menor que 2 (menos de 2 t.ha-1) com redução inferior a 12%. 1105661 não foi o mais produtivo (5,45 t.ha-1 sem estresse), mas dentre os citados, teve apenas 5% de queda produtiva entre os cenários de déficit hídrico e a condição ótima, demonstrando estabilidade e tolerância. A seleção para a tolerância à seca é muito complexa e ainda são necessários mais estudos para definir e recomendar cultivares. |