Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 12254

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística, Letras e Artes
Setor Departamento de Letras
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Ângela Cristina Fróes de Sousa
Orientador ADELCIO DE SOUSA CRUZ
Título Escrevivências de Conceição Evaristo: exclusão e violência como marcas de representação do espaço urbano.
Resumo A escrita de Conceição Evaristo é marcada pelo termo Escrevivências, um neologismo que expressa a ideia de escrever, viver e ser. Este conceito evidencia o compromisso com o caráter identitário, documental e coletivo por meio de um fazer poético, voltado para a ressignificação da identidade negra, através de, uma produção literária que manifesta profundas reflexões, sobretudo, de sujeitos femininos negros que têm urgência em reafirmar as identidades afrodescendentes e denunciar principalmente a violência urbana e as mazelas dos espaços periféricos que ainda se impõem ao povo negro. Nas palavras da escritora, “A nossa escrevivência não pode ser lida como histórias para ‘ninar os da casa grande’ e sim para incomodá-los em seus sonos injustos” (2005). É notório que tais temáticas perpassam a obra da escritora, no qual o espaço urbano, mais especificamente a cidade, configura-se como um elemento estruturante que expressa a exclusão e a reprodução real da violência refletindo padrões, hierarquizados por meio de ideologias estruturais, racistas e sexistas. “A literatura é um espaço privilegiado para tal manifestação, pela legitimidade social que ela ainda retém. Ao ingressarem nela, os grupos marginalizados também estão exigindo o reconhecimento do valor da sua experiência na sociedade.” (Dalgastagnè, 2017, p. 236). Nessa ótica, Brandão (2013) expressa a importância de se pensar o espaço como sistema de organização e significação, tomando o texto literário como corpus de análise. Ainda, segundo esse autor na noção de periferia que inclui os mais diversificados métodos de espoliação, do gesto colonizador, está ligada a dimensão de distância. Nesse sentido, a abordagem da representação do espaço urbano em torno da violência é importante para desconstruir padrões cristalizados por parâmetros opressores, que visam questionar diretamente a dura e desigual realidade a qual estão submetidos o negro e sua perspectiva social. Para Lélia Gonzales (1980), o espaço urbano desde a época colonial aos dias de hoje, apresenta a separação do espaço físico dividida entre dominadores e dominados, “o lugar natural do negro é o oposto, evidentemente: da senzala às favelas, cortiços, invasões, alagados e conjuntos “habitacionais” (...) Dos dias de hoje, o critério tem sido simetricamente o mesmo: divisão racial do espaço.” (GONZALES, 1982, 233-244). Por esse viés, busca-se a partir da representação ficcional feita por Conceição Evaristo, interrogar as relações de poder, geradas pelos mecanismos de exclusão dos espaços urbanos, de fato, analisar a cidade implica estudar também a violência vivida em um contexto urbano, desmistificando assim um universo inteiro de exclusão.
Palavras-chave Narrativas, Violência de gênero, Raça.
Forma de apresentação..... Oral
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