Resumo |
Um grande agravo na produção animal são as parasitoses intestinais, sendo que estas produzem efeitos deletérios que influenciam na capacidade produtiva dos mesmos. Em suínos isso se torna mais relevante quando o sistema de produção é do tipo extensivo, pois os animais estão mais expostos aos agentes parasitários. Durante muito tempo o controle de helmintos se baseou apenas no uso de anti-helmíntico, entretanto nos últimos anos medidas alternativas têm sido bastante estudadas, dentre elas o controle através de fungos helmintófagos. Este trabalho objetivou avaliar a eficácia in vitro da formulação fúngica feita a partir de farelo de arroz, com o fungo helmintófago Duddingtonia flagrans, na predação de larvas infectantes de Oesophagostomum spp em coproculturas e após a passagem pelo trato gastrointestinal de suínos. Foram realizados 3 ensaios experimentais com uma formulação fúngica em farelo de arroz, com a espécie do fungo helmintófago Duddingtonia flagrans, isolado AC001, na concentração de 1x106 clamidósporos/g. No ensaio 1 avaliou o crescimento do AC001 presente na formulação e sua predação em placas de Petri sobre larvas infectantes (L3) de Oesophagostomum spp.. No ensaio 2, foi avaliada a capacidade predatória do isolado AC001 presente na formulação em coproculturas a partir de massa fecal contendo 9200 ovos de Oesophagostomum spp.. No ensaio 3, foi realizado o teste de passagem da formulação fúngica pelo trato gastrintestinal dos leitões, avaliando-se a capacidade predatória do isolado AC001 sobre L3 de Oesophagostomum spp. Foram utilizados 24 suínos machos, 12 indivíduos para cada grupo, sendo um grupo tratado, onde cada animal recebeu uma dosagem de 5g da formulação para 10kg de peso vivo, equivalente a dose de 9.500.000 clamidósporos por animal. No grupo controle os animais receberam a formulação autoclavada a 120 °C por 15 minutos. Após o fornecimento da formulação, foram coletadas fezes nos intervalos de tempo: 12, 24, 36, 48, 60, e montado 5 placas por animal para cada coleta, totalizando 60 amostras. Em cada placa de petri, foi gotejada uma suspensão de 1000 larvas e 2g de fezes de cada animal. Os ensaios 1 e 2 tiverem diferença estatística em nível significância (p<0,01) pelo teste F quando comparados o grupo tratado ao grupo controle, onde foi observado no grupo tratado de ambos os ensaios um percentual de redução de L3 de 74,18% e 88,38 respectivamente. No ensaio 3 foi observada diferença estatística entre o grupo tratado e o grupo controle em todos os horários de coleta, em nível significância (p<0,01). Com relação aos períodos de coleta, não houve diferença estatística ao longo do tempo no grupo tratado (p>0,05). Os resultados demonstram que o isolado fúngico AC001 formulado em farelo de arroz foi eficaz na predação de L3 de Oesophagostomum spp. nos testes realizados in vitro, e após a passagem pelo trato gastrintestinal, sem perda de viabilidade, sendo assim uma boa alternativa no controle de Oesophagostomum spp. de suínos. |