Resumo |
O cultivo de eucalipto tem ganhado destaque no reflorestamento em áreas deficientes em boro (B) no Brasil. O B é caracterizado como um elemento essencial para as plantas, apresentando benefícios em seu crescimento. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de doses crescentes de boro, aplicado em Latossolo Amarelo distrófico de textura muito argilosa, na produção de biomassa de mudas de eucalipto. O solo foi coletado no Município de Paragominas-PA, na profundidade 0-20 cm, distribuídos em unidades experimentais com 5 kg, onde as mudas de Eucalyptus foram transplantadas e submetidas a aplicação de tratamentos com dosagem crescente de boro, sendo 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 3,0 e 6,0 mg dm-3; tendo como fonte o ácido bórico p.a. (H3BO3). O delineamento experimental empregado foi o inteiramente casualizado, com cinco repetições. Foram realizadas a quantificação da produção da matéria seca da parte aérea (MSPA), da raiz (MSR) e total (MST). Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade, e as médias foram analisadas por meio de regressão. Verificou-se que massas da parte aérea, da raiz e total tiveram um comportamento semelhante, com aumento significativo em resposta a adição de boro até a dose aproximada de 3,00 mg dm-3, tendo um decréscimo posterior. O acréscimo observado para a MSPA e MST foi de 58,9% e 68,72%, respectivamente, em comparação ao tratamento controle, que apresentou a menor quantidade de massa produzida. Já para a MSR o acréscimo foi de 58,4%, comparado ao tratamento de dosagem 0,5 mg dm-3, que obteve maior produção de massa da raiz. Na ausência e em menores doses de B observou-se deficiência, que acarretou em menor produção de biomassa devido a redução da síntese de pectina e lignina, tornando as paredes celulares mais finas. Dosagens altas de B levaram a indução de toxidez, isso provavelmente ocorreu devido ao tipo de transporte do nutriente, por fluxo de massa, o qual a planta não controla e continua a absorver passivamente mesmo em doses acima de sua necessidade. O modelo de regressão quadrático proporcionou o melhor ajuste para aos dados de MSPA, MSR e MST em função das doses de B. As regressões mostram que em ausência e nas menores doses de B, as mudas de eucalipto tiveram suas produções de massa da parte aérea e da raiz prejudicadas. A dose que promoveu melhor resultado em relação a produção de biomassa de MSPA e MST foi o tratamento que aplicou 3,00 mg dm-3 de boro no solo, e de MSR para valores de 0,5 mg dm-3 de boro no solo, que correspondem, respectivamente, a 6 kg ha-1 e 1 kg ha-1 de B. |