Resumo |
Nos últimos 10 anos, a traça do tomateiro Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechiidae) tornou-se uma das ameaças mais importantes na cultura do tomate em todo o mundo. Esta praga ataca toda a planta em qualquer estágio de desenvolvimento, fazendo galerias nas folhas, ramos e broqueando frutos. Atualmente, o controle químico é a principal estratégia de controle desta praga, porém o uso intensivo e incorreto destes produtos traz riscos à saúde humana, ao meio ambiente e aumenta casos de resistência a inseticidas. Dessa forma, há necessidade de monitorar as populações de T. absoluta a fim de desvendar novos casos de resistência. Neste trabalho comparou-se a eficiência de dois inseticidas sintéticos em diferentes populações de traça do tomateiro. Indivíduos de T. absoluta foram coletados a partir de lavouras comerciais de tomate em São Paulo, Espírito Santo e Paraná e criação suscetível mantida em laboratório. As diluições dos inseticidas abamectina e clorfenapir foram realizadas em 250 mL de água, pipetando-se a dosagem recomendada pelo fabricante, além da testemunha, que conteve somente água. Folíolos de tomate foram imersos nas caldas durante cinco segundos e foram secadas à sombra por duas horas. Estes folíolos tiveram seus pecíolos envolvidos por um pedaço de algodão hidrofílico embebido em água e selados com papel alumínio para manter a turgidez. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), com seis repetições para cada inseticida. Cada repetição foi constituída por placas de Petri contendo dez lagartas de terceiro ínstar e dois folíolos de tomate referentes a cada tratamento como alimento. A avaliação do experimento foi através da contagem de lagartas mortas e vivas após 48 horas. Lagartas foram consideradas mortas quando não foi observada movimentação ou teve movimentos desordenados após estímulo feito por um pincel de ponta fina. Os dados coletados tiveram as mortalidades corrigidas pela fórmula de Abbot, foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e em seguida a um teste Tukey (P<0.05). As populações do Espírito Santo e Paraná tiveram menores mortalidades de ambos os inseticidas em relação as populações de São Paulo e padrão de suscetibilidade. No entanto, o inseticida clorfenapir teve eficiência abaixo do limite de 80% de mortalidade estipulado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para as populações de Espírito Santo e Paraná (64,4% ± 2,3 e 52,6% ± 4,5 respectivamente). Logo, houve diferenças de eficiência dos inseticidas avaliados. Portanto, houve diferenças de eficiência dos inseticidas avaliados entre as populações. A abamectina foi o inseticida que manteve alta eficiência entre as populações monitoradas. |