Resumo |
Vários microrganismos promotores de crescimento de plantas vêm ganhando um papel muito importante na agricultura brasileira na busca de soluções sustentáveis, que basicamente visam o aumento da produção. Nesse sentido, a inoculação de fungos e bactérias em espécies importantes, como a soja (Glycine max L. Merrill), pode subsidiar uma série de fatores que permitem o seu melhor desenvolvimento. Esses microrganismos podem aumentar o aporte de nutrientes, estimular a produção de hormônios de crescimento, atuar no controle de doenças e alterar de forma direta e indireta o desenvolvimento radicular. Assim, pensando na importância das raízes quanto ao fornecimento de nutrientes e água para a planta, objetivou-se estudar as alterações morfológicas das raízes finas originadas de sementes coinoculadas com microrganismos benéficos. Foram utilizados três lotes de sementes de soja da cultivar M 7110 IPRO, com três níveis de vigor: alto, médio e baixo. A coinoculação das sementes foi realizada com a bactéria Bradyrhizobium japonicum, associada com os microrganismos: Azospirillum brasilense, Bacillus subtilis, Trichoderma asperellum e fungos micorrízicos arbusculares (FMA). O experimento foi conduzido em casa de vegetação, no delineamento experimental de blocos casualizados, com quatro repetições. Foi utilizado o esquema fatorial 3 x 6, ou seja, três níveis de vigor das sementes e quatro coinoculações, mais dois controles, que consistiram em sementes inoculadas apenas com o B. japonicum e sementes não tratadas. Foram avaliados o comprimento, volume, área superficial e área de projeção das raízes de dez plantas de soja, de cada tratamento, 15 dias após a semeadura. O software WinRhizo® foi utilizado nas avaliações. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Duncan (p ≤ 0,1). Durante os quinze dias de desenvolvimento não foram notadas diferenças no desenvolvimento das raízes totais entre as plantas oriundas das sementes com os diferentes níveis de vigor, para a maioria dos tratamentos de coinoculação. No entanto, a coinoculação de B. subtilis com B. japonicum, independentemente do nível de vigor das sementes, reduziu o comprimento, a área superficial e a área de projeção das raízes finas. Vale ressaltar que nenhuma coinoculação promoveu redução do desenvolvimento total das raízes das plantas de soja, ou seja, para todos os diâmetros de raízes, que variaram entre 0 a 4,5 mm. Dessa maneira, as coinoculações das sementes de soja com a bactéria B. japonicum, associada com os microrganismos benéficos: A. brasilense, T. asperellum e FMA não alteraram a formação de raízes finas, sendo indicados para os tratamentos de sementes, uma vez que não reduzem o desenvolvimento inicial das plantas de soja. |