Resumo |
A cultura do café é considerada uma das maiores commodities do mundo, e o Brasil é o maior produtor e exportador desta cultura. Tem como uma das principais pragas o bicho mineiro Leucoptera coffeella, que danifica a folha ao alimentar-se do parênquima foliar durante a fase imatura, provocando redução da capacidade fotossintética e senescência precoce das folhas. Diante disso, a adoção de práticas de manejo adequadas e a utilização de inseticidas eficientes são fundamentais para o controle desta praga. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a eficiência de controle de quatro inseticidas (piretróides) registrados para o bicho mineiro na cultura do café. Este trabalho foi conduzido no laboratório de Manejo Integrado de Pragas da UFV em Viçosa-MG. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com seis repetições e cinco tratamentos. Cada repetição foi composta por 12 lagartas. Os inseticidas avaliados foram fenpropatrina (Danimen 300 EC), lambda-cialotrina (Karate Zeon 50 CS), alfa-cipermetrina (Fastac 100) e deltametrina (Decis 25 EC). O controle foi constituído apenas por água. Os tratamentos foram preparados utilizando a maior dose do ingrediente ativo recomendada na bula. Primeiramente, mudas de café arábica cv. catuaí, foram acondicionadas em gaiolas com adultos de bicho mineiro por 24 horas para oviposição. Os ovos foram contabilizados e três dias após a eclosão as folhas contendo minas com lagartas (minas ativas) foram submetidas aos tratamentos. As folhas contendo as minas ativas foram submergidas na calda inseticida por 5 segundos e deixadas para secar à sombra. As folhas foram mantidas nas plantas durante todo o experimento. As lagartas foram avaliadas com o auxílio de uma lupa manual com aumento de 10x e lanterna. A sobrevivência das lagartas foi avaliada após 24 horas e diariamente durante nove dias. No último dia as minas foram abertas e contabilizou-se o número de lagartas vivas e mortas. Como resultado, observou-se que a taxa de sobrevivência das lagartas de L. coffeella não se alterou durante os cinco primeiros dias e permaneceu acima de 80% ao final do período de avaliação, independente do tratamento. Em ordem crescente, as maiores mortalidades foram causadas por fenpropatrina, lambda-cipermetrina, deltametrina e alfa-cipermetrina. Estes resultados sugerem que estes inseticidas não possuem eficiência no controle do bicho mineiro, possivelmente devido ao desenvolvimento de resistência a esses compostos ou incapacidade deles de penetrar na folha e atingir a lagarta. |