Resumo |
A proteína conhecida como Fator VII ou proconvertina, encontra-se entre os fatores de coagulação dependentes da vitamina K que circulam na forma de zimogênio no plasma sanguíneo. O Fator VII é de extrema importância na inicialização da série de reações químicas ocorrentes na cascata de coagulação sanguínea e sua deficiência ou mau funcionamento pode acarretar em doenças raras como a hemofilia, que de acordo com o Ministério da Saúde atinge cerca de 12 mil brasileiros (censo de 2018). A produção industrial de glicoproteínas se faz gradativamente essencial e, de modo geral, é afetada pelas dificuldades de cultivo que certos organismos apresentam. O Fator VII de coagulação sanguínea enquadra-se neste caso, visto que é uma proteína expressa em células de mamíferos, mas regularmente expressa em células bacterianas devido à melhor adaptação para produção em larga escala. Por se apresentar como uma proteína poli-glicosilada, algumas funções do Fator VII podem ser comprometidas se esse for produzido em organismos que não oferecem modificações pós-traducionais. Sendo assim, o objetivo do projeto é utilizar uma população de Leishmania tarentolae geneticamente otimizada para expressar a proteína com um padrão de glicosilação semelhante à necessária para terapêutica. Primeiramente, foram feitas a busca e a análise da sequência para que o gene sintético, bem como primers específicos fossem produzidos. Em seguida, fez-se a transformação do gene sintético FVII em E.coli, que foi confirmada através de reação em cadeia de polimerase (PCR), e a indução da expressão da proteína para posterior purificação. Em paralelo, fez-se a clonagem do gene em vetor pGEM-T Easy e após futura digestão, realizar-se-á a clonagem em vetor apropriado para a transfecção e expressão da proteína em L.tarentolae. Por resultados, espera-se que a proteína produzida e purificada em bactéria seja constitucional e funcionalmente inferior à produzida e purificada em leishmania. O protozoário tripanossomatídeo em questão pode ser, em geral, de fácil adaptação à produção industrial em grande escala. Sabendo disso, a principal expectativa é de que aumentando o volume de expressão de proteínas funcionalmente melhores, torne-se possível o barateamento de medicamentos baseados na glicoproteína de interesse, que tem média de custo entre 8-23 mil reais, facilitando ou possibilitando então o tratamento de doenças. |