Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 12090

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Ciências Humanas
Setor Departamento de Ciências Sociais
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Hugo Martins Gomes
Orientador DIOGO TOURINO DE SOUSA
Título Cidade fragmentada: condomínios fechados e a fragmentação da vida comunitária
Resumo A pesquisa discute as formas de convívio e os espaços de sociabilidade nos condomínios fechados, novos modelos de enclaves fortificados (Caldeira, 2000), no município de Viçosa-MG. A partir das relações territoriais entre essas habitações e a cidade, o estudo estabelece conexões entre a formação do espaço urbano enquanto conceito sócio-histórico e político, e a emergência desses novos modelos habitacionais. Tal afirmativa baseia-se na concepção de que os condomínios fechados estão associados à um contexto pelo qual a sociedade demanda por segurança e espaços “higienizados”, fornecendo, assim, locais que são anunciados como lugares de lazer, residência e ambientes familiares, ensejando não apenas uma moradia, mas, sobretudo, um “modo de vida” (Sousa, 2017), em contraste com a ideia de “cidade escassa” (Carvalho, 1995) que se estabeleceu ao longo dos anos em determinados contexto urbanos. O argumento da pesquisa indica a reformulação do espaço público e, eventualmente, a alteração da forma de participação política, tanto no município como dentro dos enclaves fortificados, como consequência da fragmentação da vida comunitária na cidade. A pesquisa realizou entrevistas qualitativas em uma amostra intencional formada por moradores e trabalhadores/as de um condomínio em Viçosa; em concomitância, o estudo observou a estrutura social e arquitetônica do condomínio em discussão (Holston, 1993). As entrevistas contemplaram pessoas que residem em um condomínio localizado na área urbana do município, típico em razão da sua antiguidade e proposta arquitetônica. Os resultados indicam que ainda que o condomínio analisado, um dos mais antigos da cidade, tenha surgido como resposta a um déficit habitacional que a cidade vivia à época de sua idealização e construção, reunindo indivíduos e famílias de classes sociais semelhantes, sua proposta ocasionou formas de sociabilidade impeditivas de um convívio mais democrático na cidade. No presente, a violência da cidade em comunhão com a divulgação de um padrão de vida atrativo associado ao morar em enclaves fortificados, promove um acesso mais restrito ao condomínio, que passa a ser habitado por classes sociais de maior poder aquisitivo. Com isso, a cidade em meio à criação de novos condomínios e a continuidade dos antigos encontra-se fragmentada; tendência seguida dentro dos enclaves fortificados no que se refere à interação dos habitantes em seu contexto interno e em sua participação na cidade.

SOUSA, Diogo Tourino de. Cidade, república e democracia, In: SOUSA, Diogo Tourino de; BATELLA, Wagner (Orgs.). Cidade, territórios e direitos. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2017.

HOLSTON, James; COELHO, Marcelo. A cidade modernista: uma crítica de Brasília e sua utopia. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

CARVALHO, Maria Alice Rezende de. Cidade escassa e violência urbana. Série Estudos, n. 91, p. 259-269, 1995.

DO RIO CALDEIRA, Teresa Pires. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. Editora 34, 2000.
Palavras-chave condomínios fechados, cidade, democracia
Forma de apresentação..... Oral
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