ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Ciências Humanas |
Setor | Departamento de Ciências Sociais |
Bolsa | CNPq |
Conclusão de bolsa | Sim |
Apoio financeiro | CNPq |
Primeiro autor | Hugo Martins Gomes |
Orientador | DIOGO TOURINO DE SOUSA |
Título | Cidade fragmentada: condomínios fechados e a fragmentação da vida comunitária |
Resumo | A pesquisa discute as formas de convívio e os espaços de sociabilidade nos condomínios fechados, novos modelos de enclaves fortificados (Caldeira, 2000), no município de Viçosa-MG. A partir das relações territoriais entre essas habitações e a cidade, o estudo estabelece conexões entre a formação do espaço urbano enquanto conceito sócio-histórico e político, e a emergência desses novos modelos habitacionais. Tal afirmativa baseia-se na concepção de que os condomínios fechados estão associados à um contexto pelo qual a sociedade demanda por segurança e espaços “higienizados”, fornecendo, assim, locais que são anunciados como lugares de lazer, residência e ambientes familiares, ensejando não apenas uma moradia, mas, sobretudo, um “modo de vida” (Sousa, 2017), em contraste com a ideia de “cidade escassa” (Carvalho, 1995) que se estabeleceu ao longo dos anos em determinados contexto urbanos. O argumento da pesquisa indica a reformulação do espaço público e, eventualmente, a alteração da forma de participação política, tanto no município como dentro dos enclaves fortificados, como consequência da fragmentação da vida comunitária na cidade. A pesquisa realizou entrevistas qualitativas em uma amostra intencional formada por moradores e trabalhadores/as de um condomínio em Viçosa; em concomitância, o estudo observou a estrutura social e arquitetônica do condomínio em discussão (Holston, 1993). As entrevistas contemplaram pessoas que residem em um condomínio localizado na área urbana do município, típico em razão da sua antiguidade e proposta arquitetônica. Os resultados indicam que ainda que o condomínio analisado, um dos mais antigos da cidade, tenha surgido como resposta a um déficit habitacional que a cidade vivia à época de sua idealização e construção, reunindo indivíduos e famílias de classes sociais semelhantes, sua proposta ocasionou formas de sociabilidade impeditivas de um convívio mais democrático na cidade. No presente, a violência da cidade em comunhão com a divulgação de um padrão de vida atrativo associado ao morar em enclaves fortificados, promove um acesso mais restrito ao condomínio, que passa a ser habitado por classes sociais de maior poder aquisitivo. Com isso, a cidade em meio à criação de novos condomínios e a continuidade dos antigos encontra-se fragmentada; tendência seguida dentro dos enclaves fortificados no que se refere à interação dos habitantes em seu contexto interno e em sua participação na cidade. SOUSA, Diogo Tourino de. Cidade, república e democracia, In: SOUSA, Diogo Tourino de; BATELLA, Wagner (Orgs.). Cidade, territórios e direitos. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2017. HOLSTON, James; COELHO, Marcelo. A cidade modernista: uma crítica de Brasília e sua utopia. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. CARVALHO, Maria Alice Rezende de. Cidade escassa e violência urbana. Série Estudos, n. 91, p. 259-269, 1995. DO RIO CALDEIRA, Teresa Pires. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. Editora 34, 2000. |
Palavras-chave | condomínios fechados, cidade, democracia |
Forma de apresentação..... | Oral |