Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 12071

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Gabriela Castro Lopes Evangelista
Orientador EMILY CORRENA CARLO REIS
Outros membros EVANDRO SILVA FAVARATO, Isabele Lima Pereira, Mariana Itagiba Vaccarini, Vanessa do Carmo Eleto Hamadé
Título Cistite Pseudomembranosa Felina – Relato de Caso
Resumo A doença do trato urinário inferior dos felinos (DTUIF) é uma condição comum e caracteriza-se por distúrbios que afetam a bexiga e/ou uretra dos gatos. As causas de DTUIF incluem são diversas, como urolitíase, defeitos anatômicos e distúrbios comportamentais. Os sinais clínicos são inespecíficos e incluem estrangúria, disúria, hematúria, polaciúria e periúria, com ou sem obstrução uretral. A cistite intersticial felina (CIF) é a causa mais comum da DTUIF, com ou sem obstrução. A cistite pseudomembranosa felina (CPF) é uma condição incomum de DTUIF obstrutiva definida como a presença de camadas felpudas intravesicais de material necrótico cobrindo a mucosa hemorrágica e ulcerada da bexiga. Objetiva-se demonstrar os parâmetros de uma ocorrência rara na medicina felina. Relata-se o caso de um felino macho, pelo curto brasileiro de um ano de idade e 3 kg de peso corporal com suspeita de obstrução uretral que foi atendido no HVT/UFV. O paciente apresentava histórico de apatia, prostração e anúria há quatro dias. Ao exame físico, foi observado desidratação de 9%, bradicardia, mucosas perláceas, hipotermia e distensão vesical grave. Num primeiro momento, foi realizada a administração de insulina regular 0,3 UI/kg por via subcutânea devido à possível bradicardia secundária à hipercalemia. Os exames laboratoriais revelaram anemia normocítica normocrômica, neutrofilia com desvio a esquerda regenerativo, hiperproteinemia, azotemia (uréia: 235 mg/dL e creatinina: 4,21 mg/dL) e hipercolesterolemia; além de isostenúria, proteinúria, hematúria e glicosúria observadas na urinálise. A concentração sérica de potássio mostrou-se elevada conforme suspeitado (10,9 mmol/L) e de sódio discretamente baixa (140 mmol/L). A radiografia simples não foi digna de nota, exceto pela distensão vesical intensa. A ultrassonografia abdominal revelou espessamento difuso da parede da bexiga (0,71 cm) e presença de septos hiperecóicos incomuns, atravessando e dividindo o lúmen da bexiga em compartimentos, achados consistentes com o diagnóstico de CPF. A desobstrução uretral cirúrgica foi bem sucedida. O animal foi internado para estabilização, submetido à fluidoterapia, administração de butorfanol (0,2mg/kg) para controle de dor e sulfametoxazol + trimetoprim (15mg/kg), além de ser instituído cuidados de enfermagem como a lavagem vesical a cada duas horas. No dia seguinte houve piora do quadro clínico e o paciente apresentou-se com intensamente prostrado, hipotérmico, bradipnéico e ictérico, sendo a eutanásia solicitada pelos tutores. O presente relato evidencia que a CPF deve ser incluída como diagnóstico diferencial em gatos que apresentem sinais clínicos de DTUIF, principalmente se houver obstrução do fluxo de saída da urina. É uma condição que pode ser facilmente diagnosticada pela ultrassonografia e, apesar incomum, seu diagnóstico é determinante na correta conduta terapêutica. Portanto, este exame deve ser incluído como protocolo no diagnóstico de DTUIF.
Palavras-chave Gatos, DTUIF, Cistite pseudomembranosa
Forma de apresentação..... Painel
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