Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 12070

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Biologia Vegetal
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Joao Santana Tomaz
Orientador ARISTEA ALVES AZEVEDO
Outros membros Ana Paula Pires Marques, Daniela Pinto de Souza Fernandes, Ivan Becari Viana
Título Respostas morfofisiológicas de Borreria latifolia (Rubiaceae) ao alumínio: seria o metal um amigo ou inimigo desta espécie?
Resumo O alumínio (Al), metal mais abundante da crosta terrestre, em solos ácidos (pH<5), como os do cerrado, é solubilizado (Al3+) tornando-se disponível para as plantas. O Al3+ é tóxico, à maioria das plantas cultivadas, por causar danos às raízes, limitando a absorção de nutrientes e reduzindo a produtividade agrícola. Apesar da fitotoxidade do Al3+ e da sensibilidade de muitas espécies, as plantas nativas, como as que ocorrem no cerrado, possuem mecanismos adaptativos que as permitem sobreviver na presença do Al. Dentre essas, destaca-se a espécie herbácea Borreria latifolia (Rubiaceae) por hiperacumular o metal sem prejuízos ao seu metabolismo. O estudo das respostas morfofisiológicas dessa espécie ao Al pode auxiliar na compreensão dos mecanismos de resistência das plantas nativas. Avaliamos os efeitos da exclusão do Al3+ em B. latifolia, cultivada em hidroponia, mediante análise de aspetos morfológicos e bioquímicos, como os teores de eletrólitos extravasados (EE) e os de clorofilas. Para isso, indivíduos coletados no cerrado da Flona de Paraopeba-MG foram cultivados em solução nutritiva de Clark (½ força), pH 4,5, sem Al. Após 40 dias, metade das plantas (n=5) foi submetida a 500 µM de Al, na forma de AlCl3. O experimento inteiramente casualizado foi conduzido em casa de vegetação e durou 57 dias. As alterações morfológicas foram registradas em fotografias, o teor de EE foi obtido pela condutividade elétrica de discos foliares em água e as concentrações de Clorofilas a (Cla) e b (Clb) foram determinadas em espectrômetro a 653 nm e 666 nm. Os dados foram submetidos a ANOVA e as médias comparadas pelo teste de T de Student (p<0,05). Após 21 dias de cultivo sem Al, B. latifolia apresentou cloroses apicais e marginais nos primórdios foliares, progredindo para a base das folhas, que evoluíram para necroses. Esses sintomas ocorreram também nas folhas expandidas e o crescimento da parte aérea foi cessado. A raiz adquiriu uma coloração mais escura, tornando-se amarronzada e enegrecida, apodrecendo ao final do experimento nesse tratamento. Cinco dias após o Al ser fornecido, ocorreu a reativação do crescimento e produção de novos caules e folhas, aparentemente saudáveis, porém houve perda da dominância apical nas plantas. A disponibilização do Al reduziu em 5,6 vezes o teor de EE nas folhas das plantas desse tratamento (9,25%) em relação ao controle (51,56%), demonstrando que a falta de Al leva ao estresse oxidativo nessa espécie. Houve um incremento de 161% e 163% na concentração da Cla (5,05 mg g-1 de matéria seca) e da Clb (2,45 mg g-1 de matéria seca), respectivamente, no tratamento com Al em relação controle (3,14 mg de Cla g-1 de matéria seca e 1,50 mg de Clb g-1 de matéria seca). As evidências nos permitem supor que o Al é um elemento essencial para o desenvolvimento de B. latifolia e seu papel no metabolismo dessa espécie está sendo investigado.
Palavras-chave cerrado, mecanismos de resistência, hidroponia
Forma de apresentação..... Oral
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