Resumo |
A Responsabilidade Social Corporativa é uma ferramenta de gestão que introduziu no mercado uma visão humanista, ética e transparente. Esta nova forma de gestão surgiu como uma resposta das empresas às percepções dos consumidores e com o público com os quais as organizações se relacionam, além do estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, que tem buscado a preservação dos recursos ambientais e culturais para gerações futuras, além de respeitar a diversidade e promover a redução das desigualdades sociais. Além do compromisso que as empresas devem ter com a responsabilidade social, é seu dever evidenciar quais ações tem sido implementadas por meio de informações divulgadas nos demonstrativos contábeis. Atenta a estes fatos, a Samarco Mineração S.A vem concentrando esforços em busca de aprimorar sua gestão socioambiental em prol do meio ambiente e das comunidades impactadas pelo desastre ocorrido em 5 de novembro de 2015. Esta pesquisa analisou a evidenciação de informações relativas à Gestão da Responsabilidade Socioambiental divulgadas pela Samarco, após o desastre ocorrido em Mariana - MG. Foi desenvolvida uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. Foi realizado um estudo documental nos Relatórios dos Auditores Independentes de 2015 a 2018, no Relatório de Sustentabilidade Bienal 2015/2016, divulgados pela empresa. Foi possível observar que o rompimento da barragem de Fundão em Mariana impactou de forma relevante as operações da Companhia bem como sua situação patrimonial e financeira. A Companhia incorreu em gastos relativos às medidas de prevenção, reparação, contenção e compensação dos danos materiais, ambientais e sociais. Em março de 2016, a Samarco e seus acionistas, firmaram Termo de Transação e Ajustamento de Conduta, para determinar as medidas e ações para reparar e compensar os danos socioeconômicos e ambientais causados. A empresa constituiu a Fundação Renova, com o objetivo de iniciar a gestão dos programas de reparação. No total, a Fundação é responsável por 42 programas reunidos em duas frentes de trabalho, uma socioambiental e outra socioeconômica. Observou-se que embora a empresa tenha adotado diversas ações estendidas tanto à comunidade quanto ao meio ambiente, o que se percebe de fato é que para se alcançar a recuperação ambiental e a reestruturação das pessoas atingidas pelo desastre a empresa terá de adotar inúmeras novas ações no decorrer dos próximos anos. Além disso, destaca-se que episódios como estes precisam serem vistos como uma tragédia evitável, e para isso necessita-se de mais responsabilidade socioambiental por parte das empresas e fiscalização por parte do Estado por meio de seus entes competentes. Portanto conclui-se sobre a necessidade das empresas priorizarem práticas de responsabilidade socioambiental com o intuito de gerar benefícios a todos os agentes envolvidos com atividade da empresa e não apenas como estratégia de marketing. |