Resumo |
Introdução: A Atenção Primária a Saúde (APS) corresponde aos cuidados essenciais à saúde, baseados em tecnologias acessíveis, que levam os serviços de saúde o mais próximo possível dos lugares de vida e trabalho das pessoas, constituindo assim, o primeiro nível de contato com o Sistema Único de Saúde (SUS). Na APS ocorrem situações de grande variabilidade no que se refere às dimensões orgânica, subjetiva e social do processo saúde-doença. Por essa razão, o acolhimento deve ser realizado de forma contextualizada na gestão do processo de trabalho em saúde da APS, refletindo-se como aspecto central para o bom funcionamento da Estratégia Saúde da Família (ESF) e não somente como mais uma ação isolada. Entende-se que o acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidado, entre trabalhadores e usuários nos atos de receber e escutar as pessoas. É um recurso destinado a apoiar a qualificação do sistema de saúde, pois possibilita ao usuário o acesso a um cuidado justo, ampliado e integral, a partir do reconhecimento de que esse acesso é um direito humano fundamental. Objetivos: Capacitar a equipe de saúde da ESF Nova Era quanto aos conceitos de acolhimento a fim de dar subsídios para o gerenciamento da demanda espontânea e a criação do fluxograma de acolhimento. Descrição das principais ações: Foram realizadas duas oficinas educativas no mês de maio de 2019. A primeira oficina foi dividida em 3 momentos, sendo eles: exposição de um vídeo sobre a importância do acolhimento como diretriz operacional fundamental do modelo assistencial proposto pelo SUS; exposição dialogada por meio de uma apresentação de slides para transmitir os conceitos do acolhimento; realização da dinâmica “quebra cabeça”, cujo objetivo foi proporcionar uma reflexão sobre a importância do trabalho em equipe para estabelecer uma relação concreta de confiança entre o usuário e os profissionais de saúde. Na segunda oficina educativa recordou-se as modalidades de acolhimento para o atendimento da demanda espontânea, além disso foi realizado um teatro que problematizou uma ação de um paciente sendo acolhido e um paciente não sendo acolhido. Resultados: Em todas as oficinas realizadas, ocorreu a participação eficaz por parte dos profissionais da equipe, pois essas foram ancoradas na realidade dos mesmos, permitindo a troca de experiências e a incorporação da ideia de responsabilidade coletiva e compartilhada. O processo educativo foi avaliado pela equipe como ótimo e sugeriram mais oficinas para discussão das fragilidades levantadas e como desenvolver estratégias para vencê-las. Conclusão: A equipe compreende o acolhimento como um método de atendimento justo e integral, entretanto, destaca que são muitos os obstáculos da prática diária para a sua efetiva implantação. Ressalta-se que o ato de humanização deve ultrapassar essas dificuldades das atividades rotineiras e ser encarado como algo intrínseco à prática profissional. |