Outros membros |
Clara Soares de Freitas Guimarães, Gisele Cristina Pereira Lopes, Igor Fernandes Erhardt, Inacio Goncalves de Souza, Juliana Andrade de Oliveira, Luan Abner Rodrigues de Britto, Tarciso Almeida Ferreira Junior, Yolanda Maulaz Elteto |
Resumo |
O presente projeto foi idealizado a partir da articulação dos Grupos de Agroecologia da UFV, o Mutirão Ciranda, coletivo que integra o Núcleo de Educação do Campo e Agroecologia (ECOA-UFV) e atua em parceria com o Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM). As ações do coletivo se dão na Zona da Mata de Minas Gerais, em parceria com diferentes entidades de ensino, organizações não governamentais, sindicatos e grupos organizados de agricultores/as, desenvolvendo atividades no âmbito da agroecologia. As sementes crioulas são variedades desenvolvidas, adaptadas ou produzidas, ao longo das gerações, por agricultores e agricultoras familiares, indígenas, quilombolas e assentados da reforma agrária. São bens naturais e culturais ao mesmo tempo e, dessa forma, exercem grande importância sob a manutenção da diversidade de recursos genéticos e preservação da memória biocultural das comunidades. Atualmente, as comunidades agrícolas tradicionais resistem multiplicando, selecionando e conservando suas sementes, mesmo diante do estigma de que tais sementes são antigas e ultrapassadas. Este projeto objetiva promover a preservação das sementes crioulas e da memória biocultural das comunidades agrícolas tradicionais da Zona da Mata de Minas Gerais. Para isso, envolve famílias agricultoras, já articuladas com o ECOA-UFV e o CTA-ZM através de projetos anteriores, bem como a comunidade acadêmica da UFV, na construção gradativa de um “Paiol de Sementes” na Casa 19 da Villa Giannetti - UFV. Nesse contexto, realiza-se o diálogo entre o conhecimento cientifico e o saber popular, através de metodologias participativas e da construção coletiva do conhecimento. Para isso, são realizados Intercâmbios Agroecológicos, Instalações Artístico-Pedagógicas (IAPs), Círculos de Cultura, Mutirões Agroecológicos e eventos da Agroecologia, com enfoque nas sementes crioulas, de forma a fomentar a troca de sementes e o intercâmbio de saberes entre o público envolvido. Além disso, é realizada a experimentação e a sistematização das práticas tradicionais de armazenamento das sementes. Portanto, além de fortalecer a prática de extensão popular articulada à pesquisa e ao ensino, o projeto contribui para o resgate e a valorização das sementes crioulas, o fortalecimento da autonomia e soberania alimentar das comunidades agrícolas tradicionais, a disseminação da Agroecologia e a promoção da preservação da agrobiodiversidade. |