Resumo |
Introdução:O Diabetes Mellitus é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, e representa um desafio para os portadores, principalmente devido às complicações micro e macrovasculares. Dentre estas, destacam-se a perda da sensibilidade protetora plantar e a neuropatia periférica, que podem levar ao surgimento de lesões e amputações. Este trabalho descreve as ações desenvolvidas por estudantes de Enfermagem no Centro Estadual de Atenção Especializada, vinculadas ao projeto de extensão “Assistência de Enfermagem na sala do pé diabético: promoção da saúde e prevenção de agravos aos indivíduos atendidos num centro de referência secundário”. Objetivo:Relatar as atividades realizadas por estudantes de Enfermagem e discutir como se processa o autocuidado com os pés em indivíduos diabéticos.Descrição das principais ações: Realização de consultas de Enfermagem aos diabéticos para rastreamento de complicações nos membros inferiores (25 pacientes/mês); acompanhamento de pacientes com feridas e realização de curativos semanais (60 pacientes/mês); construção de um mural para a sala de atendimentos, a fim de inserir os nomes dos pacientes aniversariantes do mês; realização de pesquisa descritiva sobre autocuidado com os pés em 42 prontuários. Resultados Alcançados: Os resultados da pesquisa demonstraram que, do total de pacientes avaliados, 27 não conhecem os cuidados com os pés; 27 não examinam os pés; 35 cortam a unha de forma reta, 3 de maneira arredondada e 1 retira os cantos; 21 usam meias de algodão, 1 meias sintéticas e 20 não usam meias; 25 pacientes utilizam o cortador para o corte das unhas, 10 usam tesoura, 4 usam alicate e 1 turquesa; 26 citaram o chinelo como calçado mais utilizado, seguido de calçado fechado (12), e sandália (7); 37 secam entre os dedos após o banho. Estes dados reforçam a importância das ações educativas de Enfermagem na primeira consulta de avaliação dos pés, com foco no autocuidado, inserindo o indivíduo como protagonista deste processo. A inserção do aluno no projeto possibilita vivências práticas na rede de atenção à saúde e o desenvolvimento de competências: atuação em equipe multiprofissional; aperfeiçoamento do raciocínio clínico; manejo de feridas crônicas; humanização do atendimento e criação de vínculo com os pacientes e familiares. As consultas de retorno possibilitam o monitoramento dos resultados e o reforço das lacunas no autocuidado identificadas, que sofrem influência dos hábitos de vida e no aparecimento de complicações.Conclusões:A participação em atividades extensionistas permite ao estudante um olhar diferenciado ao indivíduo com doenças crônicas, além de guia-lo rumo a uma prática que promove e incentiva o autocuidado por meio da educação em saúde problematizadora e participativa, que melhora a adesão ao tratamento. Além disso, o desenvolvimento de pesquisa em interface com a extensão possibilita a compreensão de determinados fenômenos, contribuindo para a melhoria da prática. |