Resumo |
A Mata Atlântica abriga uma das maiores biodiversidades de fauna e flora do mundo, mesmo restando apenas 12,4% de sua cobertura original. O conhecimento da dinâmica de crescimento da estrutura paramétrica pode auxiliar na preservação e conservação desses remanescentes florestais, mantendo as funções ecológicas prestadas por esses ecossistemas florestais. Dessa forma, o objetivo do estudo foi avaliar a estrutura paramétrica de uma Floresta Estacional Semidecidual por meio do crescimento em densidade e dominância. O estudo foi realizado nos anos de 2013 e 2016 em um fragmento florestal denominado Mata da Silvicultura, localizado no município de Viçosa-MG, com área de 17 ha. O fragmento florestal encontra-se em estágio médio de regeneração, de acordo com a resolução 392/2007 do CONAMA. Dez parcelas permanentes de 1000m² (50m x 20m) foram inventariadas e todas as árvores com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 5cm tiveram a altura total e circunferência a altura do peito (CAP) mensurados. A mortalidade e ingresso de fustes foram contabilizados no período de monitoramento. A densidade absoluta (fustes ha-1) e dominância absoluta (m2 ha-1) foram estimados e divididos em centro de classes com amplitude de 5 cm. Em 2013, a densidade absoluta foi de 1388 fustes ha-1 e a dominância absoluta de 28,97 m2 ha-1. Em 2016, a densidade absoluta foi de 1394 fustes ha-1 e a densidade de 28,63 m2 ha-1. O crescimento no período de monitoramento avaliado para a densidade e dominância foi de 6 fustes ha-1 e -0,34 m2 ha-1, respectivamente. O baixo crescimento em densidade se deve ao fato do número de mortalidade (200 fustes ha-1) e ingresso (206 fustes ha-1) serem próximos. No entanto, a distribuição diamétrica da densidade nos anos de 2013 e 2016 continua seguindo uma estrutura de “j-invertido”, típica de florestas inequiâneas. A dominância teve um crescimento negativo devido a mortalidade de árvores, principalmente nas classes diamétricas superiores (classe 42,5 e 52,5 cm). Nesse sentido, o crescimento das árvores remanescentes e o ingresso de fustes na primeira classe diamétrica (7,5 cm) não foram o suficiente para suprir a perda de área basal pela mortalidade desses fustes. Assim, conclui-se que o fragmento florestal continua crescendo, mas que o manejo adequado dessas áreas pode impulsionar a regeneração natural e, consequentemente, o crescimento em densidade e dominância. |