Resumo |
O uso de herbicidas com longo período residual, como o indaziflam, possibilita o controle de plantas daninhas por maior período. No entanto, esse período prolongado pode causar contaminação ambiental, além de prejudicar espécies sensíveis cultivadas em sucessão (Carryover). Assim, a associação entre plantas fitorremediadoras e a bioaumentação com consórcio bacteriano pode melhorar a eficiência e acelerar o processo de descontaminação de solos com resíduos de herbicidas. Diante disso, objetivou-se avaliar o potencial de biorremediação de solos contaminados com o indaziflam por consórcio bacteriano previamente selecionado, plantas fitorremediadoras e pela associação desses. O ensaio foi montado em esquema fatorial 2x4x5, com dois níveis de consórcio bacteriano (presença e ausência), quatro níveis para espécies vegetais [feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), mucuna-cinza (Mucuna pruriens), feijão-de-porco + mucuna-cinza e ausência de espécies vegetais) e cinco níveis para dose do indaziflam (0, 10, 20, 40, 80 g ha-1). Aos 60 dias após a semeadura (DAS) foram realizadas avaliações de intoxicação e colheita das espécies vegetais para obtenção da área foliar, volume de raízes, matéria seca da parte aérea e das raízes. Também aos 60 DAS, foram coletadas amostras de solo para condução de ensaio biológico com a espécie bioindicadora sorgo (Sorghum bicolor), visando avaliar a concentração do indaziflam no solo para os respectivos tratamentos. Aos 21 DAS foi realizada avaliação de intoxicação, volume de raízes, matéria seca da parte aérea e das raízes. As espécies vegetais avaliadas apresentaram índice de crescimento satisfatório até a dose de 40 g ha-1 de indaziflam e, nesta dose, menores índices de intoxicação foram verificados nas espécies mucuna-cinza e consórcio feijão-de-porco + mucuna-cinza quando estas foram cultivadas com consórcio bacteriano. No ensaio biológico, não houve diferença na intoxicação do sorgo até a dose de 20 g ha-1, independente da inoculação ou de cultivos prévios. Entretanto, na dose de 40 g ha-1 menores índices de intoxicação no sorgo, indicando menor ação residual do indaziflam, foram constatados quando se adicionou o consórcio bacteriano ao solo, independente do cultivo de espécies vegetais. Todavia, na presença do consórcio bacteriano, menores índices de intoxicação foram constatados nos solos sem cultivo de espécies vegetais e cultivado previamente com consórcio feijão-de-porco + mucuna-cinza. Conclui-se que o consórcio bacteriano possui capacidade para biorremediação de solos contaminados com o herbicida indaziflam, reduzindo contaminação ambiental e intoxicação em culturas sucessoras. |