Resumo |
Estudos relacionados ao crescimento e sobrevivência de mudas nativas da Mata Atlântica são escassos e, portanto, importantes para recomendação de espécies ideais para plantios de restauração e neutralização dos Gases de Efeito Estufa (GEE). O objetivo foi avaliar o crescimento e sobrevivência de plantio do Programa Carbono Zero, aos 29 meses, em Viçosa, MG. O experimento foi realizado no Bosque Carbono Zero, localizado no Espaço Aberto de Eventos da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O plantio de neutralização foi realizado em dezembro de 2016 e possuía 29 meses de idade. As espécies avaliadas foram: Anadenanthera macrocarpa, Cassia grandis, Cedrela fissilis, Copaifera langsdorffii, Peltophorum dubium, Tabebuia roseoalba, Handroanthus impetiginosus, Jacaranda mimosifolia, Hymenaea courbaril, Gallesia integrifolia, Piptadenia gonoacantha, Sapindus saponaria, Poincianella pluviosa, Chloroleucon tortum. O espaçamento utilizado foi de 2x2m. Realizou-se o inventário do tipo censo, em que a altura (H) foi medida com Vertex e vara graduada, e o diâmetro na altura do solo (DAS) com fita métrica. O plantio foi dividido em 8 blocos e cada bloco com 5 linhas e 10 espécies, seguindo o delineamento de blocos casualizados (DBC). No total, 400 indivíduos de 10 espécies da Mata Atlântica foram plantados. As espécies que apresentaram maior Incremento Médio Mensal em Diâmetro (IMMD) foram: Piptadenia gonoacantha (4,9mm.mês-1); Jacaranda mimosifolia (4,3mm.mês-1); Anadenanthera macrocarpa (4,3mm.mês-1). Para Incremento Médio Mensal em Altura (IMMH) foram: Piptadenia gonoacantha (22,1cm.mês-1); Anadenanthera macrocarpa (19,9cm.mês-1); Peltophorum dubium (17,5cm.mês-1). Em relação à taxa de sobrevivência foi observado os seguintes valores: 94% para Cassia grandis; 93% para as espécies Anadenanthera macrocarpa, Cedrela fissilis, Peltophorum dubium, Jacaranda mimosifolia, Gallesia integrifolia, Sapindus saponaria, Chloroleucon tortum e 87% para Hymenaea courbaril, Piptadenia gonoacantha. As espécies que se destacaram em IMMD e IMMH variam entre pioneiras e secundárias iniciais, com destaque para a espécie Piptadenia gonoacantha nos três parâmetros estudados. Conclui-se que existem espécies que se destacam no crescimento e na sobrevivência, o que indica a importância de considerar estes parâmetros na escolha de espécies a serem utilizadas em plantios de recuperação e de neutralização de carbono. |