Resumo |
O crescente aumento da demanda de alimentos para atender às necessidades humanas ocasiona uma busca por fontes alternativas que possam suprir tais necessidades. As microalgas se apresentam como uma excelente opção, uma vez que são fontes proteicas não dependentes do clima, e podem ser cultivadas em locais marginais de cultivo, não competindo com as culturas de fontes vegetais tradicionais. Além disso, as microalgas possuem rápido crescimento e capacidade superior de sequestro e conversão de CO2. Dado o exposto, objetivou-se com este trabalho à extração de proteínas da microalga Scenedesmus obliquus, assim como sua otimização e quantificação pelo método de Bradford. O cultivo da microalga em questão se deu no Laboratório de Biocombustíveis do Departamento de Engenharia Agrícola e os procedimentos experimentais foram realizados no Laboratório de Operações e Processos do Departamento de Tecnologia de Alimentos (LOP/DTA), ambos da Universidade Federal de Viçosa. A biomassa foi coletada em sua fase estacionária, lavada com água destilada estéril e concentrada por centrifugação. Em seguida, realizou-se rompimento das células por homogeneização em ultrassom, congelamento a -40 ºC e secagem por liofilização. A extração de proteínas foi realizada em três valores de pH: 9,0, 10,5 e 12,0, ajustados com NaOH (1 M), em um tempo total de 5 h de extração sob agitação, na qual foram retiradas alíquotas de cada amostra a cada 1 h. A quantificação de proteínas foi conduzida pelo método de Bradford, onde realizou-se uma curva padrão com a proteína albumina do soro bovino (BSA). A porcentagem de proteína extraída foi maior no tempo de 5 h e para o pH 12, sendo de 18,05 %. Para esse mesmo valor de pH 12, as amostras de tempo de 1 h, 2 h, 3 h e 4 h foram respectivamente, de 13,48 %, 14,54 %, 16,26 %, e 17,15 %. Para o pH de 9, nos tempos de 1 h, 2 h, 3 h, 4 h e 5 h foram de, respectivamente, 6,77 %, 7,69 %, 7,80 %, 7,85%, 8,69 %; e para o pH 10,5; de 9,82 %, 11,63 %, 13,48 %, 13,68 % e 13,70 %. Portanto, observa-se que a porcentagem de proteína extraída foi maior no pH 12,0, seguidos de pH 10,5 e por último pH 9,0, sendo mais eficiente em tempos maiores de extração. Para o pH 9,0 a extração se manteve constante a partir do tempo de 2 h tendo um aumento somente com 5 h de extração. Para o pH 10,5 a extração foi constante a partir das 3 h de extração. Para o pH 12, houve aumento de extração a cada hora de contato, sendo mais eficiente somente no tempo de 5 h de extração. Conclui-se que a otimização de extração de proteína da microalga S. obliquus foi melhorada com o aumento do pH, mais distante do seu ponto isoelétrico e com maior tempo de extração, sendo uma forma de extração simples e de baixo custo. |