Resumo |
Durante os anos de 1984 a 2004, a energia primária consumida no mundo cresceu 49% e as emissões de CO2 aumentaram 43%. Preocupados com essa situação, países começaram a implantar políticas de eficiência energética a fim de reduzir o consumo de energia, porém sem prejudicar o conforto, a saúde e os níveis de produtividade. O setor de edificações é responsável por cerca de 40% da energia primária consumida no mundo e os dois principais mecanismos encontrados para alterar o alto consumo desse setor foram os regulamentos e as certificações energéticas. Os regulamentos têm como objetivo estabelecer, direta ou indiretamente, limites máximos para o consumo de energia nos edifícios, enquanto as certificações servem para promover padrões de alto desempenho energético superiores aos padrões regulares. Além disso, as certificações interveem em conceitos de design que ajudam na redução do consumo de energia, como a arquitetura bioclimática, o aquecimento e o resfriamento passivo, ventilação passiva e a integração com energias renováveis. No entanto, a maioria dos países em desenvolvimento ainda não conseguiu implantar essas políticas devido a algumas barreiras, como o custo, má qualidade do produto nacional, mão de obra sem capacitação, além da omissão de governos que tendem a ignorar os benefícios advindos da economia de energia. Na América Latina, apenas Brasil, Argentina, Chile e México possuem certificações energéticas, em contraste com os outros 16 países latino americanos sem políticas de eficiência energética. A implementação de políticas energéticas, em especial de certificações energéticas, envolve uma série de fatores. Da matriz energética do país às características do parque edificado, passando pelas condições climáticas regionais e pela capacitação dos atores envolvidos com a construção civil. Estas são informações base para o desenvolvimento de indicadores e critérios técnicos para a implementação de regulamentos e certificações energéticas. No entanto, para muitos dos países não foram obtidos esses dados considerados essenciais. A pergunta a que se deseja responder é: quais são os parâmetros específicos para criação de programas de certificação energética de edificações em países da América Latina? A pesquisa é baseada nas experiências prévias de países desenvolvidos ibéricos e do Brasil para estabelecer as bases para criação de programas de certificação energética. As informações levantadas foram agrupadas por países de maneira que sejam construídos os contextos energéticos aos quais cada certificação possa ser proposta. Por fim, foi criado um conjunto de informações para definir abordagens para o desenvolvimento de métodos de avaliação e classificação energética. A proposta abrangeu o setor de edificações comerciais, com divisão por usos finais da energia, indicadores energéticos mais apropriados por uso final e para a certificação em geral. |