Resumo |
A matéria orgânica presente no solo apresenta importância significativa nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. No entanto, durante a decomposição de resíduos orgânicos presentes sobre o solo poderá ocorrer produção de ácidos orgânicos promovendo a diminuição do pH do solo, o qual não é benéfico para as plantas (atividade de Al3+ e indisponibilidade de nutrientes). Desta forma, o objetivo desse estudo foi avaliar as alterações no pH do solo durante a decomposição de diferentes coberturas vegetais (leguminosas, oleaginosa e espécie florestal) em associação com o Milheto (Pennisetumglaucum (L.) R. Br.).Esse estudo foi realizado adotando um esquema fatorial 2x7x4, onde, i) foi referente a presença ou ausência de resíduo C4 oriundo do milheto, ii) foram dispostas seis coberturas vegetais de espécie C3: Crotalária (Crotalariajuncea), Feijão de Porco (Canavaliaensiformis), Girassol (Helianthusannuus), Mix (Eucalipto + Crotalária), Eucalipto (Eucalyptus), Mucuna (Mucunapruriens) e um controle sem resíduo, iii) avaliados em quatro tempos 0, 0,08, 0,25 e 0,41 ano após a incubação. Os tratamentos foram dispostos em blocos casualizados com quatro repetições. As amostras de solo (70 g) e de material vegetal (10 g) foram incubadas em recipientes de 500ml, sendo mantida a mesma proporção de cada resíduo em função do tratamento. Foi realizada a caracterização bioquímica e química do material vegetal. No solo foi realizado a caracterização química. O pH em água foi mensurado em cada tempo de avaliação. Com os dados obtidos ao longo do período de incubação, foi possível realizar regressão desses dados adotando o modelo cúbico para expressar o comportamento do pH ao longo do tempo no solo incubado em função dos tratamentos a esse imposto. O pH inicial do solo foi de 3,68, e ao longo do período de incubação, pode-se perceber certa estabilidade nos valores encontrados. Logo no tempo 0,08 ano pode-se perceber aumento significativo em todos os tratamentos, com destaque no tratamento contendo apenas o feijão de porco que apresentou valor de pH igual a 6,57. No tempo 0,25 os tratamentos solteiros apresentaram decréscimo no valor de pH, com exceção do solo com resíduos de girassol (pH de 7,18). Enquanto nos solos com milheto, a diminuição ocorreu com a mucuna, crotalária e com o eucalipto que apresentou o menor valor (4,92). No último tempo, de 0,41 ano pode-se observar o aumento no valor de pH em todos os tratamentos, com destaque para o girassol e para o feijão de porco tanto no tratamento solteiro (7,23 e 6,65, respectivamente) quanto na associação com o milheto (6,85 e 6,69, respectivamente), e para o milheto solteiro de 6,35. Para a utilização desses resíduos como adubação verde, o presente estudo mostra que a associação com o milheto, por se decompor mais lentamente e devido à sua relação C/N maior que das plantas associadas, tende a aumentar o pH do solo ao longo do tempo, apresentando-se na faixa ideal para cultivo no solo. |