Outros membros |
ANDREA PACHECO BATISTA BORGES, Ilderlane da Silva Lopes, Jéssica Lobo Albuquerque, Mariana de Barros, Raquel dos Santos Oliveira Almeida, RODRIGO ALVES BARROS, Verônica Grizotti Silva, Wesley Santos Dornellas |
Resumo |
A Organização Mundial da Saúde - OMS e a Organização Mundial da Saúde Animal - OIE reconhecem a emergência e a propagação da resistência aos antimicrobianos como um tema de assunto central que atinge as três esferas da One Health. Ainda há muita desinformação e uso indiscriminado desses fármacos, culminando em uma pressão de seleção pelas bactérias, diminuindo a eficácia dos tratamentos, e desenvolvimento de superbactérias. O objetivo consistiu na elaboração e implantação de medidas de enfrentamento a resistência antimicrobiana por meio de metodologias participativas junto aos profissionais das Unidades Básicas de Saúde - UBS e da população viçosense, garantindo a democratização do conhecimento e formação de multiplicadores do saber. A primeira fase compreendeu no diagnóstico situacional mediante a apresentação do projeto às equipes das UBS, bem como traçar as primeiras impressões do público-alvo quanto à relevância do assunto. Foram feitas coletas para a área de pesquisa e extensão, e aplicação de questionários para obtenção e alinhamento de dados. Na segunda fase, planejou-se a articulação de ideias junto às equipes para enfrentamento à problemática a partir de processos participativos como grupos de discussão, oficinas, caminhadas transversais e elaboração de material gráfico para sistematizar as informações adquiridas, elucidar os resultados e arquitetar em manuais técnicos. Entre os dias 01 e 15/03 foram realizados os agendamentos para visitação e treinamentos junto à equipe de trabalho para padronização da abordagem, coleta de amostras e a aplicação de questionários aos usuários e profissionais. As visitas ocorreram nos dias 26/03, 29/03 e 01/04 durante todo período de atendimento das UBS, iniciando-se com a introdução sobre o assunto e objetivos do estudo, seguida de uma entrevista com cada voluntário. Foram entrevistadas 99 pessoas, sendo 57 usuários e 42 profissionais da saúde. Dentre os usuários, a média de idade foi 48 anos, sendo 47 (82,5%) com escolaridade até o ensino fundamental, e maior parte mulher (63,2%). Dentre os profissionais, a média de idade foi 41 anos, prevalentemente com ensino superior (61,2%), maioria mulher (76,2%). Com relação à ocupação dos usuários, observou-se que, dentre as mulheres, 29 (80,5%) se ocupam com atividades domésticas, e dentre os homens, 13 (61,2%) com atividades braçais. Já no quesito lavagem das mãos, apenas dois usuários (3,5%) entrevistados declararam ter feito algum treinamento de higienização, ao passo que 19 (45,2%) profissionais relataram o mesmo, todavia cinco profissionais (11,9%) aplicam o treinamento na rotina. Diante disso, notou-se uma disparidade de instrução, de ocupação laboral entre os sexos, e na ausência de treinamento de higienização das mãos quando se compara profissionais e usuários, evidenciando que, embora haja risco de contaminação cruzada e desenvolvimento de resistência bacteriana, ainda há a necessidade de esclarecimento dos temas e o trabalho contínuo por todos. |