Outros membros |
Arthur Neves Passos, João Paulo Lara Alves, JOSE DE OLIVEIRA PINTO, Leonardo José Campos Júnior, Nathalia dos Santos Rosse, Rachel de Andrade Tavares, Talita Oliveira Maciel Fontes, Thiago Augusto Teles de Souza |
Resumo |
As onfalopatias representam um dos principais problemas de bezerros nos rebanhos brasileiros, tendo como causa principal a ingestão inadequada do colostro, associado a fatores ambientais, higiênicos, traumáticos, bacterianos e congênitos, que provocam processos inflamatórios e/ou infecciosos nas estruturas do umbigo, constituindo uma importante causa de mortalidade nos neonatos, podendo chegar a mais de 10% em animais até oito meses. Têm como principal agravo o potencial de causar septicemia, que ocorre devido a um processo infeccioso ascendente a partir dos vasos umbilicais ou do úraco causando septicemia aguda ou crônica, podendo ser observada patologia articular, meningites, uveítes, abscessos hepáticos e endocardites. Comumente se observa casos de onfaloflebite associados ao nível de contaminação do ambiente em que o bezerro nasce e vive durante os primeiros dias, a falha na transferência de imunidade passiva, bem como o tratamento tardio das eventuais afecções no umbigo. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de Onfaloflebite atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa, onde uma bezerra mestiça Holandês X Gir de aproximadamente 4 meses de idade chegou com a queixa de baixo crescimento. Ao ser questionado a respeito da colostragem e cura do umbigo, o proprietário não soube informar se a bezerra ingeriu o colostro de forma adequada e que não realizou a cura do umbigo, ocasionando miíase no local. De fato, ele relatou que vai à propriedade apenas aos finais de semana e que não observou o nascimento do animal. Ao exame físico a bezerra apresentou caquexia e crepitação pulmonar com secreção nasal bilateral e aumento de volume na região umbilical com secreção purulenta. Iniciou-se o tratamento com enrofloxacina (7,5 mg/kg IV SID por 7 dias); flunixin meglumine (1,1mg/kg IV SID por 3 dias); bromexina (0,2mg/kg IV SID por 3 dias); clembuterol (2ml VO SID por 5 dias). Como o animal não apresentou melhora esperada no quadro, optou-se pela retirada do aumento de volume umbilical. Durante o procedimento cirúrgico observou-se que o abscesso extra-abdominal possuía ligação com o fígado via veia umbilical, realizou-se então, a ligadura da veia e retirada do abscesso. Por fim, a laparotomia exploratória revelou a presença de múltiplos abscessos hepáticos. O tratamento com antibiótico terapia foi continuado durante o pós-operatório o animal apresentou melhora no quadro clínico, no entanto, durante os 66 dias de internamento, não apresentou ganho de peso. A bezerra veio à óbito 66 dias após o início do tratamento e a necropsia revelou múltiplos abscessos hepáticos (de diversos tamanhos), aderência das alças intestinais, endocardite e fibrose pulmonar e esplênica. Em conclusão, problemas umbilicais causam grandes perdas econômicas, em relação a diminuição no ganho de peso, custos com medicamentos e assistência veterinária. |