Resumo |
Solanaceae é, dentre as principais famílias das plantas vasculares, uma das quais possui maior número de gêneros e espécies. Ademais, seus representantes têm destacada importância alimentícia, medicinal e ornamental. O tomate e outras 13 espécies silvestres, compõem a seção Lycopersicon, embora somente Solanum lycopersicum L., seja explorado para fins comerciais, as demais espécies são repositórios de alelos de resistência à estresses bióticos e abióticos. Os fenótipos de interesse podem ser obtidos por meio da introgressão dos alelos das espécies silvestres ou alternativamente, por meio da técnica de enxertia. Na tomaticultura, por ser de simples e rápida execução, a técnica mostra-se promissora na prevenção de doenças por agentes epidemiológicos habitantes do solo. Todavia, o sucesso da sua utilização depende da compatibilidade entre as espécies combinadas. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a compatibilidade entre espécies silvestres de Solanum spp. e Solanum lycopersicum quando combinados por meio da técnica de enxertia. O experimento foi conduzido na Unidade Experimental de Pesquisa e Extensão “Horta Velha” do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa. Acessos de Solanum peruvianum L. (BGH 6906) e Solanum pimpinellifolium L. (BGH 6910 e BGH 6909) foram utilizados como porta-enxertos. Para a variedade copa foi utilizada a cultivar Santa Cruz Kada Gigante, de crescimento indeterminado. Os cinco tratamentos, Santa Cruz Kada Gigante pé-franco, auto-enxertado e em combinação com os três porta-enxertos, foram dispostos no delineamento de blocos casualizado com três repetições. Realizou-se, previamente, um teste para indicar o intervalo de semeadura ótimo para semeadura entre os porta-enxertos e o enxerto. Foi testado o intervalo de semeadura de dez dias, onde foi obtido a maior porcentagem de pegamento. A enxertia foi realizada aos 16 dias após a semeadura, na modalidade garfagem de topo à inglesa simples. As variáveis avaliadas foram a porcentagem de pegamento (PPE) e o índice de compatibilidade (IC). A PPE variou de 43,4 a 100 %, com média de 70,95 %. O IC variou de 0,92 a 0,96 sendo que, quanto mais próximo de 1,0; maior a compatibilidade. Foi verificado que o BGH 6909 possui menor IC em relação aos outros tratamentos. Portanto, todos os acessos testados são compatíveis e podem ser utilizados como porta-enxerto do híbrido, com destaque para o BGH 6909 e BGH 6910. |