Resumo |
A soja (Glycine max) foi introduzida no Brasil no final do século XX, no estado de São Paulo, e a partir de 1950 sua área cultivada expandiu de forma rápida. Atualmente é cultivada em quase todo território nacional, sendo o Brasil o segundo maior produtor no mundo. As doenças desempenham um fator crucial no manejo da cultura, sendo um dos principais fatores limitantes à produção. Uma doença que já teve um grande destaque na cultura da soja, por ter sido devastadora, foi o cancro da haste (Diaporthe aspalathi), detectada pela primeira vez em 1989 no Paraná, sendo disseminada rapidamente por todas regiões produtoras. Atualmente a doença é controlada pelo uso de variedades resistentes. Com a massiva introdução de novas variedades no mercado, tem-se observado uma ressurgência da doença, levantando a possibilidade de ocorrência de novas raças e mesmo outras espécies patogênicas associadas ao cancro da haste. Assim, esse trabalho tem como objetivo efetuar levantamento de espécies fúngicas associadas a plantas com sintomas de cancro da haste, determinar as espécies do gênero Diaporthe associadas com esse sintoma e verificar a variabilidade genética e fisiológica das espécies identificadas. Para tanto, amostras de plantas sintomáticas foram obtidas na cidade de Sorriso-MT, na safra de 2017-2018. Foram obtidas culturas puras a partir de hastes, vagens e sementes. As culturas foram armazenadas pelo método de Castellani e Glicerol 10%. Para caracterização morfológica dos isolados, as estruturas fúngicas foram montadas sob lâmina e lamínula em lactoglicerol e observadas em um microscópio de luz (Olympus BX 53) e fotodocumentadas através da câmera Q-color 5 (Olympus America INC.). Foram identificados os gêneros Colletotrichum, Diaphorte, Fusarium e Macrophomina. Para identificação a nível de espécie o DNA genômico foi extraído e as regiões gênicas ACT, ITS, CHS, GAPDH, TUB2, RPB2, TEF1 e HIS serão amplificadas, de acordo com o indicado para cada gênero, e sequenciadas com posterior análise filogenética multilocus. Este trabalho demonstra que existem diferentes patógenos associados a plantas de soja com sintomas de cancro da haste no Brasil e contribui para futuros estudos de patogenicidade, diversidade, melhoramento e resistência de cultivares de soja a esses patógenos. |