Resumo |
Segundo a última avaliação do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), o desempenho dos alunos de ensino fundamental do Brasil é insuficiente em disciplinas como português, matemática e ciências. Considerando que metodologias tradicionais de ensino não despertam o interesse dos alunos, é necessário desenvolver metodologias para o ensino de Ciências utilizando-se de materiais que promovam melhores condições de ensino-aprendizagem e, ao mesmo tempo, proporcionem ao aluno um contato direto com os objetos de estudo. Nesse sentido, atividades práticas podem contribuir para contextualizar os indivíduos no seu entorno histórico, social e natural. Considerando-se esses aspectos, o projeto de extensão “Interação Universidade-Escola para a melhoria do ensino fundamental” (IUE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), propõe a realização de aulas práticas, em um horário extraturno, para alunos do 8º ano de escolas públicas de Viçosa. Este trabalho relata uma das atividades desenvolvidas sobre o tema “Alimentos”, com aqueles alunos que, voluntariamente, participam do projeto. As aulas práticas acontecem no Espaço “Ciência em Ação”, na casa 23 da Vila Gianetti, UFV. Durante a atividade, foram realizados experimentos para detecção de amido, vitamina C e ferro em alimentos que fazem parte da alimentação rotineira de adolescentes. Ao mesmo tempo, discutiu-se a importância de se ter uma alimentação saudável. Como forma de avaliação, elaborou-se um questionário que continha cinco perguntas de múltipla escolha sobre o tema. O questionário foi aplicado para um total de 70 alunos do 8° ano, sete semanas após os estudantes terem tido contato com o conteúdo, na escola e no projeto. Destes, apenas 17 frequentam, regularmente, as atividades desenvolvidas pelo IUE. Os resultados obtidos demonstraram que estudantes que frequentam o projeto, participando da atividade em questão, acertaram 90% das perguntas do questionário, enquanto os alunos que não participam, acertaram 64,12% das perguntas. Comparando-se mais especificamente, pode-se dizer que na questão 1 que tinha cunho teórico, houve aproveitamento de 100% e 90% para alunos participantes e não participantes do projeto, respectivamente. Porém, quando se compara os resultados da questão 3, considerada de nível de dificuldade intermediário e de conhecimento aplicado, o aproveitamento foi de 94,12% e 43,39% para participantes e não participantes, respectivamente. Isso demonstra que com a realização de atividades práticas há maior aprendizagem significativa e, consequentemente, transposição de conhecimentos teóricos para o cotidiano. Concluímos, portanto, que atividades alternativas, como a descrita acima, auxiliam na aprendizagem dos alunos e que a metodologia tradicional, com alunos passivos e meros receptores de conhecimento, pode não ser a melhor forma de ensino, nos dias de hoje. |