Resumo |
Introdução: A vigilância à saúde infanto-juvenil compreende uma assistência que garanta a promoção à saúde, a prevenção de agravos e a detecção de danos ao crescimento e desenvolvimento desse público. Sendo assim, as consultas de puericultura visam o acompanhamento sistemático do bem-estar biopsicossocial das crianças e dos adolescentes, fazendo-se necessário a atuação multiprofissional da equipe de saúde para atender às demandas desse grupo. Objetivo: Descrever o processo de implantação de um instrumento de consulta de puericultura com abrangência multiprofissional e relatar o reflexo dessa ação na assistência integral à saúde infanto-juvenil em uma unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Viçosa, Minas Gerais. Descrição das principais ações: Tendo em vista a dificuldade da padronização do atendimento multiprofissional às crianças e aos adolescentes, tornou-se necessário a criação de um instrumento de coleta de dados capaz de arquivar desde a moléstia atual até a sua história que influencia nas instâncias biopsicossociais da saúde. A elaboração contou com a autoria de uma docente do curso de Enfermagem, uma docente do curso de Medicina e um acadêmico de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A construção desse instrumento foi baseada no manual do prontuário de saúde da família do Ministério da Saúde e conta com campos de preenchimento que englobam a equipe multiprofissional de uma ESF: diagnóstico médico, Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), além da avaliação de outros profissionais da saúde de nível superior. Esse instrumento passou a ser utilizado em 2015 pelos profissionais da ESF do bairro Santa Clara I em Viçosa, Minas Gerais, durante as consultas de puericultura. Resultados: Observou-se que com a implementação do instrumento de puericultura foi possível a efetivação de uma anamnese qualificada, a qual os dados colhidos acerca da criança e/ou adolescente permitiram ao enfermeiro a adesão da SAE, ao médico, o direcionamento a um diagnóstico preciso e a condutas terapêuticas ideais ao paciente. Não tão obstante, outros profissionais da saúde foram capazes de intervir, planejando e implementando a sua assistência. Além disso, tal instrumento proporcionou uma padronização da história do paciente atrelado à sua queixa principal, direcionando melhor o fluxo do atendimento. Conclusões: A assistência ofertada às crianças e aos adolescentes é de responsabilidade de toda a Equipe de Saúde da Família, sendo de fundamental importância assegurar o crescimento e o desenvolvimento ideal à essa fase evolutiva. Dessa maneira, um instrumento de coleta de dados é uma ferramenta fundamental para assegurar uma anamnese qualificada que permita a identificação do agravo, o planejamento das ações, seguidas da implantação terapêutica. Além disso, tal instrumento auxilia na promoção e prevenção à saúde, pois a criança e/ou adolescente será assistida de maneira padronizada, integral e individual. |