Resumo |
Por ser uma fase de transição entre a infância e vida adulta, a adolescência é marcada por mudanças: físicas, psicológicas, emocionais, somáticas e cognitivas. É um período de consolidação da identidade, onde essa população encontra-se preocupada com a imagem corporal, tendo como atitudes alterações de hábitos alimentares e insatisfação com a imagem corporal, que muitas vezes afeta a saúde negativamente. Fazendo-se necessário um acompanhamento destes com profissionais da saúde, sendo o nutricionista um profissional essencial para o acompanhamento deste adolescente. Avaliar a insatisfação corporal, o estado nutricional e o risco cardiometabólico de adolescentes de um colégio de aplicação. Trata-se de estudo transversal, realizado nos anos de 2018 e 2019 com alunos do 1º ano. Realizou-se a coleta de dados por mutirão, onde nutricionistas e alunos do curso de Nutrição aferiram as medidas de peso, estatura e perímetro da cintura. Para o cálculo do Índice de Massa corporal (IMC), utilizou-se o software WHO AnthroPlus para classificar o estado nutricional, utilizando o IMC/Idade e o escore-z para sexo e idade (World Health Organization- WHO, 2007). O perímetro da cintura e a estatura foram utilizados para calcular a relação cintura estatura (RCE), e a presença do risco cardiometabólico foi definida por valores de RCE ≥0,50, independentemente do sexo e idade. Os adolescentes foram questionados se estavam satisfeitos com o peso corporal. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (1.852.326). A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-wilk e avaliou-se associação da insatisfação do peso corporal com o estado nutricional e a RCE pelo teste de Qui-quadrado de Pearson e teste Exato de Fisher. A magnitude da associação foi determinada pela Odds Ratio, com intervalo de confiança de 95%. Adotou-se nível de significância menor que 0,05. Dos 162 alunos avaliados, 54,3% (n=88) eram do sexo feminino. Em relação ao estado nutricional, 1,2% (n=2) estava com baixo peso, 12,3% (n=20) excesso de peso e 86,5% (n=140) eutróficos. 4,9% (n=8) apresentaram rico cardiometabólico e 47,5% (n=77) estavam insatisfeitos com o peso corporal, destes 53,2% (n=41) eram do sexo feminino. Observou-se associação entre insatisfação corporal e estado nutricional, e os adolescentes com excesso de peso apresentaram maior probabilidade de insatisfação (85,0%; n=17) (p=0,001). Os adolescentes apresentaram elevada prevalência de insatisfação corporal, sendo aqueles com excesso de peso mais expostos a esta situação. Assim, faz-se necessário o trabalho de intervenção nutricional contínuo com este grupo populacional. |