Resumo |
A busca por combustíveis renováveis vem impulsionando pesquisas com o biodiesel e com suas fontes de origem no contexto das matrizes energéticas alternativas. Entre as fontes de oleaginosas utilizadas para a produção de biodiesel estão alguns gêneros de microalgas, em função da sua elevada composição lipídica. As microalgas contêm, entre outros constituintes, pigmentos em quantidades que podem variar de 0,1 a 10% da composição total de biomassa microalgal. No entanto, esses pigmentos são considerados contaminantes quando o objetivo é produzir biodiesel. Assim, caso o pigmento seja removido antes da obtenção do biodiesel, a biomassa poderá se adequadar melhor à produção de energia, além de ser gerado um co-produto com possibilidade de emprego em outros segmentos, como nas áreas farmacêutica, de alimentos e de cosméticos. Neste contexto, a seleção do solvente mais apropriado à remoção de pigmentos é uma etapa chave para viabilizar estudos com biodiesel de microalgas. Portanto, este trabalho visou a separação dos pigmentos carotenoides totais e clorofila, da biomassa de Chlorella pyrenoidosa, utilizando diferentes solventes orgânicos (acetona, etanol e dimetil sulfóxido). A biomassa de C. pyrenoidosa (SantosFlora, Brasil) foi mantida congelada e ao abrigo de luz antes dos experimentos. A clorofila foi extraída com acetona 90%, etanol e dimetil sulfóxido (DMSO). O conteúdo de clorofila foi quantificado pela metodologia modificada da UNESCO (1969). Os extratos foram levados ao espectrofotômetro de varredura para a leitura da absorbância na faixa entre 350 a 750 ƞm. Os teores de clorofila por 100 g biomassa foram de 1,28 com acetona 90 %; 1,95 com etanol; e 2,29 com DMSO. Na extração de clorofila, a acetona 90 % apresentou menor eficiência comparada aos outros solventes. O DMSO extraiu até 60 vezes mais clorofila-a do que a acetona, por ser um agente penetrante. A extração com etanol anidro foi inferior aquela com DMSO e superior a com acetona 90 %. A degradação da clorofila foi maior em etanol, embora tenha sido atenuada pela adição de 10 a 20 % de água, o que aumentou a eficiência de extração desse solvente. Portanto, a biomassa de Chlorella pyrenoidosa apresentou-se como uma fonte de clorofila e o DMSO foi o solvente com maior rendimento de extração da biomassa. Considera-se que este solvente exibe potencial para o pré-tratamento da biomassa microalgal destinada a extração de óleo para produção de biodiesel, removendo a turbidez indesejável ao óleo. |