Resumo |
As linhagens utilizadas nos sistemas de produção de suínos brasileiro são provenientes, em sua maioria, de programas de melhoramento genético de empresas multinacionais, que possuem o núcleo de seleção em países de clima temperado como Estados Unidos, Canadá e Holanda. Apesar da superioridade genética desses animais, o clima tropical Brasileiro somado as diferenças nos sistemas de produção e carga de patógenos pode ocasionar redução na produtividade desses animais devido a interação genótipo ambiente. Sendo assim, torna-se importante avaliar o potencial de utilização de raças naturalizadas, com o intuito de obter animais que sejam mais adaptados as condições brasileiras. O presente trabalho tem como objetivo avaliar o crescimento de suínos de linhagem comercial e F1 (Comercial × Piau) do desmame aos 44kg. Para os cruzamentos foram utilizadas 16 matrizes de linhagem comercial da Unidade, Ensino, Pesquisa e Extensão em Melhoramento de suínos na Universidade Federal de Viçosa. Foram selecionados para o experimento, 42 leitões comerciais e 42 F1 os quais foram desmamados aos 24 dias e pesados quinzenalmente até atingirem 40kg. Foi ajustado um modelo não linear exponencial: yij=exp(b0+b1 tj )+ eij , em que yij é o peso do animal i na idade j; b0 e b1 são os coeficientes da regressão; tj é a idade j; e eij é o erro aleatório. O modelo foi ajustado utilizando o software R e a comparação entre os coeficientes de regressão da linhagem comercial (COM) e F1 foi realizada utilizando a soma dos quadrados dos resíduos de modelos completo e reduzido. O coeficiente de determinação da regressão foi de 0,85 e 0,90 para COM e F1, respectivamente, o que demostra um ajuste um pouco superior do F1 em comparação ao Comercial. Foi estimado b0 de 1,22 e b1 de 0,028 para COM e b0 de 0,95 e b1 de 0,031 para F1. Ambas as estimativas diferiram significativamente, entre as populações, o que indica que os genótipos possuem diferentes curvas de crescimento. O peso predito aos 31 dias foi de 6,68 e 8,03 para F1 e COM, respectivamente. Essa diferença de peso inicial entre os dois genótipos foi sendo reduzida ao longo do tempo e aos 90 dias o peso predito é de 40,54 e 41,03 para F1 e COM respectivamente, evidenciando que aos 90 dias os animais já possuem pesos similares. Uma vez que as avaliações se encerraram quando os animais possuíam aproximadamente 44 Kg não é possível predizer se os genótipos iriam possuir pesos preditos iguais e em qual idade isso iria ocorrer. Assim, torna-se interessante a avaliação dos dois grupos em idades mais avançadas com o intuito de verificar se em algum momento as curvas irão se sobrepor e quais serão as diferenças de crescimento em idades mais próximas à de abate. |