Resumo |
Introdução: Diferentes formas de exercício de componente aeróbico ou anaeróbico provocam ajustes termorregulativos específicos. O treinamento de força implica em alterações locais importantes que podem modificar a resposta térmica local durante o exercício além do seu período de recuperação. Objetivo: Analisar o comportamento da temperatura irradiada da pele em decorrência de um treinamento de força específico, comparando a resposta antes e após finalizado o exercício, bem como em sua recuperação. Metodologia: A amostra foi composta por 16 voluntários (8 homens e 8 mulheres), com idade entre 18 e 30 anos. O procedimento experimental foi dividido em 4 etapas, onde foi realizado uma anamnese inicial seguida de avaliação antropométrica e teste de 1RM, calibração das cargas entre 70% e 80% da carga máxima. A realização do experimento compreendeu um treino de força em circuito com 3 séries de 12 repetições dos exercícios pulley alto, leg press e rosca bíceps, com intervalo de 30 a 45 segundos entre os exercícios, e de 90 a 120 segundos entre as séries. Na condição de repouso, imediatamente após o treino, e 24 horas após sua realização foram feitas duas imagens termográficas na face anterior e posterior do corpo utilizando a câmera termográfica modelo FLIR® com nível de emissividade 0,98. As regiões corporais de interesse (RCI) foram o bíceps braquial (BB), quadríceps (Q) e região posterior superior do tronco (TR), estabelecidas através do software Flir Tools® 4.1. O tratamento estatístico foi o teste de ANOVA associado ao teste de Tukey para análise temporal do exercício. Foi considerado um nível de significância estatística p<0,05. O software IBM® SPSS Statistics Subscription® foi utilizado. Resultados: Os valores médios observados em repouso foram de 32,6±0,9°C (BB), 31,3±1°C (Q) e 32,8±0,8°C (TR). Após finalizado o exercício foram obtidos: 32,7±0,8°C (BB), 31,3±0,8°C (Q) e 32,6±0,9°C (TR). Após 24 horas foram registrados 32,6±0,9°C (BB), 31,4±1°C (Q) e 33±0,8°C (TR). Em comparação aos valores de repouso, com o observado após o exercício (≈ 30 minutos) a temperatura de pele (Tp) não variou significativamente independente da RCI analisada. Já na recuperação, 24 horas após o treinamento, as RCI bíceps braquial e quadríceps apresentaram manutenção da Tp e a região posterior superior do tronco um significativo aumento na Tp, em relação aos valores de repouso, na maioria dos voluntários. Conclusão: O treino de força aplicado não alterou a Tp imediatamente após o exercício nas RCI analisadas. Contudo, foi suficiente para alterar o padrão térmico da Tp após 24 horas na região posterior superior do tronco, onde foi observado um aumento significativo da Tp em comparação com os valores de repouso. |