Resumo |
Introdução: A ergonomia tem o propósito de planejar intervenções que visem melhorar de forma integrada e não dissociada a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficiência das atividades humanas nos postos de trabalho. A inadequação do ambiente de trabalho pode favorecer o surgimento de agravos relacionados ao posto de trabalho. Esses agravos podem manifestar por dor crônica, parestesia, sensação de peso e fadiga muscular relatada principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros inferiores que causam aumento do afastamento do trabalho. Para respaldar o planejamento dessas intervenções, faz-se necessárias um diagnóstico ergonômico prévio. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar a presença de dor em cozinheiras de um buffet. Metodologia: O presente estudo teve a finalidade de analisar pontos dolorosos apresentados por cozinheiras de um buffet da cidade de Viçosa- MG, através do diagrama de áreas dolorosas de Corlett e Manenica, no qual contém a imagem do corpo humano em visão dorsal, dividido em 24 segmentos corporais. Para que a localização dos pontos dolorosos seja feita de forma mais precisa, o diagrama além de localizar a dor, permite quantificar a dor referida em cada segmento com uma escala de zero (sem desconforto) e sete (extremamente desconfortável). A amostra foi constituída por dez mulheres com idade média de 37 anos (±9,17), com tempo médio de atuação no buffet de 8,7 anos (±8,4). Elas trabalham oito horas e quarenta e cinco minutos por dia de segunda a sexta-feira, perfazendo 44 horas semanais e quando há demanda, são solicitadas a fazerem hora-extra. Interrompem o turno de atividades para fazer uma hora de almoço e quinze minutos de café da tarde. Previamente à coleta de dados, o trabalho foi submetido e aprovado (CAAE 01469718.6), pelo comitê de ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde – FACISA/UNIVIÇOSA, atendendo a resolução que normatiza pesquisas envolvendo seres humanos. Resultados: Os resultados mostraram que 90% das cozinheiras apresentavam dor. Os segmentos corporais com maior prevalência de dor foram ombro, braço e pescoço. A quantificação da intensidade da dor apresentada, mostrou uma variação de dois a sete pontos, sendo que o grau sete, o relatado com maior frequência (29,55%), seguido do grau quatro (22,73%) da amostra. De acordo com o número de pontos dolorosos por indivíduo, foram encontrados quatro (40%) funcionárias com até seis pontos dolorosos, quatro (40%) com sete a doze pontos, uma (10%) com treze a dezoito e uma (10%) com dezenove a vinte e quatro pontos. Conclusão: Assim conclui-se que a maior parte da amostra já apresenta sintomatologia decorrente da atividade profissional que exerce. Diante disso, fica a sugestão de que, com o respaldo deste estudo medidas ergonômicas sejam tomadas, afim de propiciar maior conforto e segurança as cozinheiras em seus postos de trabalho, para que em um futuro próximo não venham a ser alvos de afastamentos ou agravos permanentes. |