Resumo |
No Brasil, aproximadamente 90% das dietas para aves são compostas por ingredientes de origem vegetal, principalmente milho e farelo de soja, sendo que 60 a 70% do conteúdo total de P desses ingredientes se encontram na forma de ácido fítico, o qual é indisponível para aves (NRC, 1994). A viabilização técnica das enzimas fitase é um marco importante na nutrição animal porque permite o melhor aproveitamento de nutrientes como o fósforo, os aminoácidos e a energia contida nos alimentos de origem vegetal. O experimento foi conduzido no setor de Avicultura da UFV, utilizando 1500 frangos de corte machos da linhagem COBB 500. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com um total de seis tratamentos e dez repetições e 25 aves por unidade experimental. As dietas foram formuladas para atender as exigências nutricionais das aves, exceto para o teor de fósforo disponível e de cálcio (Relação Ca:Pdisp = 2,25:1), de acordo com as recomendações das Tabelas Brasileiras de Aves e Suínos (Rostagno et al., 2017) para as fase de 1 a 21 dias de idade. O tratamento controle (T1) foi uma dieta deficiente em fósforo disponível (0,18% Pdisp), três tratamentos corresponderam às dietas basais suplementadas com níveis crescentes de fósforo disponível; T2=0,25%, T3=0,32% e T4=0,39%, e dois tratamentos com dietas basais acrescidas de fitase seca por spray (concentração solida, CS) e uma fitase seca por spray misturada com farelo de trigo (concentração diluída, CD), ambos com 500 FTU/kg de ração da fitase de origem fúngica (Aspergillus niger). Os parâmetros avaliados foram: peso vivo (PV), ganho de peso (GP), consumo de ração (CR) e a conversão alimentar (CA). Estes foram analisados estatisticamente por meio da análise de variância (ANOVA) e regressão linear, utilizando o programa SAS. A equivalência em fósforo disponível das fitases testadas foi estimada utilizando a metodologia da curva padrão (Sakomura e Rostagno, 2016). A curva padrão é definida pelo efeito da adição de fósforo suplementar sobre o desempenho, e a resposta dos tratamentos com fitase são inseridos na equação linear para determinação de fósforo liberado Os resultados para PV foram: T1=790,6g; T2= 924,6g; T3=962,8g; T4=967,8g; T5=956,0g; T6=913,0g; para GP foram: T1=749,5g; T2=882,2g; T3=921,0g; T4=926,0g; T5=914,0; T6=871,0g; para CR foram: T1=1019,4g; T2=1160,8g; T3=1199,0g; T4=1186,4g; T5=1182,0g; T6=1131,0g; para CA foram: T1=1,362; T2=1,316; T3=1,302; T4=1,281; T5=1,293; T6=1,299. A adição de fosforo suplementar influenciou o consumo de ração, o peso vivo, o ganho de peso e a conversão alimentar de forma linear. As inclusões de 500 FTU/Kg da enzima concentrada e diluída liberaram, respectivamente, 0,158% e 0,092% de equivalência de fosforo. Conclui-se que a fitase produzida por Aspergillus niger é eficiente na liberação de fósforo fítico. |