Resumo |
Os reservatórios de água impactam a economia de uma região, uma vez que estes ecossistemas são responsáveis por regularizar o abastecimento de água e geração de energia, além de fornecerem alternativas de renda, como a pesca e irrigação. Em um reservatório é necessário conhecer a dinâmica e a morfologia do fundo submerso para uma melhor gestão hídrica. Para isso existem técnicas de determinação da profundidade, sendo o levantamento batimétrico tradicional um dos métodos mais empregados. Em reservatórios, a batimetria com sistema monofeixe vem sendo amplamente utilizada e recomendada por diversos órgãos de regulamentação nacionais e internacionais, como a Agência Nacional de Água, Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos, e também estudada e validada por autores que realizam estudos na área hidrográfica. Através dos dados de profundidade é possível obter informações como o volume do reservatório, tendo como um dos objetivos o monitoramento da distribuição da sedimentação, caracterizando o assoreamento. Para tais cálculos, são necessários interpoladores para que seja possível a espacialização dos dados de forma contínua. O TIN (Triangular Irregular Network) consiste num método de interpolação determinístico, demasiadamente utilizado para tais fins. No entanto, este interpolador apresenta problemas em áreas de borda e dificuldades na suavização das superfícies, o que compromete a acurácia dos dados, podendo descaracterizar a morfologia do reservatório. Uma alternativa a este interpolador, é a Krigagem, que diferentemente do TIN, é um interpolador probabilístico, pouco difundido para tais objetivos, mas que, em geral, apresenta produtos mais satisfatórios. Diante do exposto, este trabalho objetivou realizar estudos na Laguna da Jansen em São Luís – MA. Para isso, efetuou-se o levantamento batimétrico monofeixe, com uso de plataformas não tripuladas. Após o processamento dos dados, calculou-se o volume d’água do reservatório aplicando os interpoladores TIN e Krigagem (Simples - KS, Universal - KU e Ordinária - KO). Os resultados preliminares de validação cruzada mostraram que o interpolador TIN é menos acurado que todas as variações de krigagem estudadas. A KU, por sua vez, é mais robusta, comparativamente, às KS e KO. Em termos quantitativos, todas os interpoladores geraram volumes de água estatisticamente iguais. KO e KU apresentaram o mesmo volume, com variações na casa do décimo de milímetro. KO mostrou um volume de 0,30% maior que o volume estimado pela KU, enquanto o TIN resultou num volume de cerca de 2% menor. Apesar da diferença mínima entre os volumes calculados, deve-se ressaltar que a KU é estatisticamente superior e é, por isso, o interpolador recomendado para geração de superfícies batimétricas. Por meio dos resultados foi possível verificar a potencialidade dos interpoladores para este estudo de caso e fornecer dados que possibilitam monitorar o assoreamento e a taxa de lama fluida presente no reservatório. |