Resumo |
No Brasil, diante de um contexto de desigualdades sociais, econômicas e raciais, entrou em vigor, a partir de 2012, a Lei de Cotas Sociais. Esta Lei tem por objetivo destinar 50% das vagas de cursos de graduação em Instituições de Ensino Superior (IES) para alunos provenientes de escolas públicas, para pessoas de baixa renda, negros e outras categorias, representando um mecanismo social de políticas públicas que procura promover condições de equidade de oportunidades em relação ao ingresso no ensino superior brasileiro. Neste contexto, a presente pesquisa teve como objetivo analisar o rendimento dos estudantes não cotistas e cotistas, da Universidade Federal de Viçosa - UFV, como forma de comparar e averiguar se existe diferença entre estes. Este estudo pode ser caracterizado como descritivo, de levantamento e quantitativo. Os dados da pesquisa foram coletados, via questionário no Google Forms, por meio de redes sociais. Para a análise dos dados, utilizaram-se de estatísticas descritivas da amostra de 118 respostas. Posteriormente, utilizou-se da estimativa de um modelo de regressão linear múltipla, via Software Stata 14. A variável dependente utilizada foi coeficiente de rendimento acadêmico - C.R.A e como variáveis independentes: ser cotista ou não, ter estudado em escola publica, horas estudadas por semana, cor e renda familiar. Como resultados, 44% das respostas referiram-se às de alunos que ingressaram através da política de cotas e 56% de alunos que ingressaram por ampla concorrência. No que se relaciona às médias, observaram-se que tanto os estudantes cotistas e não cotistas apresentam coeficiente de rendimento médio positivo e acima de 70, indicando que os estudantes possuem um bom desempenho acadêmico. Com 95% de confiança, a regressão foi significativa para explicar as variações sofridas no C.R.A causadas pelas variações das variáveis independentes utilizadas. As variáveis “cotista” e “escola pública” não influenciaram de maneira significativa a variável dependente “C.R.A”. Assim, este estudo permitiu concluir que, o fato de ser cotista ou ter estudado em escola pública não influencia no rendimento acadêmico dos alunos da UFV. Assim, fica confirmado resultado positivo da política de Cotas, uma vez que apesar de abancar estudantes oriundos de ensino médio muitas vezes deficitário (escolas públicas), os mesmos foram capazes manter rendimentos semelhantes aos de alunos provenientes da ampla concorrência (escolas particulares). |