Resumo |
O câncer de pele é o mais incidente no Brasil e corresponde a 30% dos tumores malignos no país, o que significa uma média de 180 mil novos casos por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Da totalidade dos tumores, 3% equivalem ao melanoma que apesar de menor prevalência é o mais grave e com maior potencial metastático. Atualmente, as terapias utilizadas são muito agressivas, limitadas e com diversos efeitos colaterais. Diante disso, é urgente a busca de alternativas mais eficazes e seguras que substituam ou complementem os tratamentos existentes. Os produtos naturais são promissores, uma vez que, possuem diversidade estrutural, estereoquímica específica e mecanismos de ação próprios, sendo capazes de interagir com diferentes alvos. Além disso, o Brasil é um dos países detentores da maior diversidade biológica do planeta, porém possui um grande número de espécies ameaçadas de extinção, principalmente no bioma Mata Atlântica. Diante disso, o objetivo do projeto foi identificar espécies com atividade citotóxica sobre o câncer de melanoma. Foi realizado teste in vitro com 10 espécies vegetais, totalizando 40 extratos. O material vegetal (folhas e caules) foi coletado de duas regiões diferentes de Mata Atlântica: Parque Estadual de Itaúnas (PEI) – ES e Mata da Silvicultura – MG, sendo posteriormente desidratado, pulverizado em moinhos de faca e submetido à extração por percolação em uma proporção 5:1 de material vegetal e solvente, e, empregando primeiramente uma mistura de diclorometano e metanol (1:1) e, em seguida, metanol. Os extratos foram esgotados, rotaevaporados e liofilizados. Estes foram submetidos ao ensaio de redução por tetrazólio (MTT) para avaliação da atividade citotóxica, para isso, foram cultivadas células da linhagem de câncer melanoma de murinho, B16F10, e plaqueadas em placas de 96 poços com 1 x 104 células/poço. Após 24h foram adicionados os extratos na concentração de 100 µg/mL, a partir de uma solução estoque de 50mg/mL diluídos em DMSO. Após 48h foi adicionado o MTT, e após 3h foi feita a leitura em 540 nm e calculado. O experimento foi realizado em triplicata. Dos 40 extratos testados, 6 extratos apresentaram atividade antitumoral, considerando como atividade todos os extratos que apresentaram inibição da viabilidade celular superior a 60%, sendo desses, extratos diclometanólicos de caule das espécies: Annona glabra, Eugenia brejoensis e Psichotria bahiensis, extrato metanólico de caule Psichotria bahiensis e extrato diclorometanólico e metanólico de folha de Casearea arborea, totalizando 4 espécies em potencial. Dentre essas, os extratos metanólicos e diclorometanólicos de folha da Casearea arborea obtiveram destaque por apresentar citotoxidade de 80%. Os resultados obtidos neste trabalho indicam a atividade citotóxica das espécies em potencial, que poderão ser submetidas a estudo fitoquímico biomonitorado visando a obtenção de novas compostos bioativos para o tratamento de câncer de melanoma. |