Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11781

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística, Letras e Artes
Setor Departamento de Letras
Bolsa Procultura
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FUNARBE
Primeiro autor Ariana Ágda Lopes de Paula
Orientador ANA LUISA BORBA GEDIEL
Outros membros Carlos Antonio Jacinto, Driele de Freitas Parma, Regiane Aparecida de Oliveira, Thaís Rafaela de Carvalho
Título Expressão da língua e da cultura surda: a partir das artes e literaturas
Resumo O conceito de cultura assume diferentes vieses de acordo com o contexto. Uma reflexão que nos serve de apoio para esta análise é a de Geertz (1989, p.04) em que o autor define cultura como teias de significado produzidas pelo homem e na qual ele está preso como um animal. Algo considerado como a cultura de um grupo só o é porque assim foi estabelecido pelos membros pertencentes a ele, passa a ser uma característica do mesmo. Segundo Bauman (2008 apud BISOL; SPERB, 2010, p. 8) o modelo cultural surgiu na década de 60 junto com os movimentos das lutas por direitos civis conduzidos pelas minorias, como pessoas com deficiência e nesse grupo se encontram os surdos, que lutavam (e ainda lutam) para serem vistos como pessoas com uma diferença cultural, pertencentes a uma minoria linguística. “Ser Surdo (com “S” maiúsculo) é reconhecer-se por meio de uma identidade compartilhada por pessoas que utilizam língua de sinais e não veem a si mesmas como sendo marcadas por uma perda” (BISOL; SPERB, 2010, p.8). No Brasil a Libras, Língua Brasileira de Sinais, foi reconhecida em 2002 como forma de comunicação e expressão de pessoas surdas. Em 2005 a Libras se tornou obrigatória nos cursos de licenciatura por meio do decreto nº 5.626, que também define que uma pessoa surda é aquela que “compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras” (BRASIL, 2005). Dentre as expressões da cultura surda, a principal é a língua, mas ela também se manifesta através da literatura, piadas, teatro, poesia, expressões corporais, e outras que, infelizmente, não são de conhecimento público, pois a cultura surda está envolta a mitos e crenças. Geertz acredita que “compreender a cultura de um povo expõe a sua normalidade sem reduzir sua particularidade” (1989, p. 10), essa definição ajuda a compreender a importância de se divulgar a cultura surda, pois, conhecendo-a, nos desvencilhamos de mitos e crenças relacionados, assim como compreendemos melhor a importância do uso da Libras como forma de empoderamento e manifestação cultural. O objetivo deste trabalho é desmistificar os elementos representativos que envolvem as manifestações artísticas e culturais surdas buscando democratizá-las tanto para as pessoas surdas quanto ouvintes de Viçosa e da UFV. Para isso, o PROCULTURA realiza mensalmente intervenções culturais que levem conhecimento sobre Libras e a cultura surda, envolvendo surdos e ouvintes nas ações, estreitando os laços entre as comunidades. Até agora foram promovidas duas atividades, com a terceira em andamento, sendo: (i) escola de Libras ambulante pelo campus da UFV; (ii) Falando pelas mãos, durante o evento II ETILSP – MG. Como considerações parciais do projeto, observamos o interesse das pessoas em saber mais sobre a libras e a cultura surda, sendo a participação da pessoa surda de grande importância como forma de visibilidade da sua língua e cultura.
Palavras-chave Cultura, Libras, Cultura Surda
Forma de apresentação..... Oral
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