Resumo |
O concreto é o material artificial mais consumido pela humanidade, dadas suas propriedades tecnológicas, disponibilidade, versatilidade e relativo baixo custo. Ele está presente nas edificações e obras de infraestrutura, por isso seu consumo está intimamente relacionado com o desenvolvimento e qualidade de vida das pessoas. Este material, no entanto, há muito deixou de ser um produto obtido pela simples mistura de agregados, cimento e água. Aditivos e adições são hoje ingredientes indispensáveis nos concretos modernos pela capacidade de modificar e conferir propriedades às matrizes cimentícias. Entretanto, em regiões carentes, aditivos químicos altamente tecnológicos não estão disponíveis e são economicamente inviáveis. Além disso, o consumo de grandes volumes de cimento na obtenção de concreto também é um limitador econômico importante. Portanto, a busca por alternativas regionais tecnicamente viáveis, de baixo custo e de pequeno impacto ambiental, representa uma oportunidade de reduzir o preço e melhorar a qualidade dos concretos produzidos. Uma das alternativas em potencial é a impressão 3D, porém ela demanda matrizes cimentícias com características reológicas e de endurecimento específicas. Neste contexto, faz-se necessária a obtenção de materiais com características tecnológicas compatíveis para aplicação em impressão 3D, a partir de argamassas obtidas com cimento e agregados convencionais, aditivadas com materiais que atendam à demanda e ao cerne da questão. Para tanto, as argamassas serão produzidas com agregados e cimento Portland CPV - ARI obtidos no mercado local; amidos em pó e cloreto de cálcio da indústria alimentícia e lava-louças comercial à base de LAS como aditivo plastificante incorporador de ar. Os traços serão inicialmente projetados utilizando método baseado em empacotamento de partículas; os agregados serão ajustados de acordo com a curva granulométrica de Andreassen modificada, para um consumo de cimento fixado em 300 kg/m³. Após a produção e caracterização do traço sem aditivação, outros traços com aditivos separados e em associação, em diferentes teores de amido, serão produzidos. Serão avaliadas as principais propriedades do no estado fresco e endurecido; a evolução das reações de hidratação através da variação de velocidade de pulso ultrassônico ao longo das primeiras vinte e quatro horas; e sua microestrutura. Por fim, as argamassas que apresentarem os melhores desempenhos serão testadas em um simulador mecânico/manual de impressora 3D baseado em extrusão de argamassa por meio de bisnaga e bico rígido. Espera-se observar e quantificar os efeitos dos aditivos testados, individualmente e em associação, nas propriedades de interesse nos estados fresco e endurecido das argamassas propostas para, posteriormente, propor dosagens otimizadas de argamassas em utilização na impressão 3D atendendo à premissa de baixo custo e redução de impacto ambiental. |