Resumo |
O presente trabalho apresenta as reflexões referentes ao projeto “Be the change”, realizado por graduandas do curso de Letras como parte das atividades do PIBID-Língua Inglesa em uma escola pública de Viçosa. A motivação para a realização desse projeto surgiu a partir de nossas inquietações acerca do comportamento dos alunos do Ensino Médio das turmas em que atuamos desde o mês de fevereiro de 2019. A partir do nosso primeiro contato com os estudantes, percebemos que muitos deles se mostravam apáticos em relação ao conteúdo de inglês, assim como a algumas discussões importantes acerca de assuntos relevantes como, por exemplo, a violência contra a mulher. A partir de aulas previamente ministradas, notamos que muitos não sabiam ou tinham muita dificuldade em expressar suas próprias opiniões a respeito desses e de outros assuntos, incluindo acontecimentos referentes ao ambiente escolar. Além disso, percebemos que muitos também estavam desmotivados em relação ao aprendizado de inglês, assim como ao seu papel na escola e a esta como um todo. Entendemos na prática o que é dito por Barcelos (2011), ao apontar que os alunos possuem uma crença de que é impossível aprender inglês na escola pública, e, além disso, não veem um propósito real. Ao conversar com outros professores da escola, concluímos que essas questões não eram particulares à Língua Inglesa, mas que se estendiam a todos os outros âmbitos da instituição. Com base nessas observações, decidimos que algo deveria ser feito para que essa situação fosse resolvida. E, então, como fruto de extensas discussões e reuniões semanais com nossa coordenadora de área e com o professor supervisor de inglês, decidimos iniciar o projeto “Be the change”. Nosso objetivo geral era diminuir a apatia dos alunos e aumentar a motivação deles para que pudessem perceber que são importantes, assim como o que eles têm a dizer. Como metodologia, o projeto final compôs-se de cinco aulas que foram ministradas no período de 6 de maio a 14 de junho. De modo geral, utilizamos o documentário “Pro dia nascer feliz”, além de vídeos sobre indisciplina e alunos agentes de uma escola inovadora, questões reflexivas sobre a escola e o papel e comportamento dos alunos na instituição. Para promover um espaço de discussões sobre os problemas que concernem à escola, apresentamos a hashtag “Não é normal”, que consiste no relato de alunos em relação a questões normalizadas por instituições. Para finalizar o projeto, juntamente com os alunos fizemos dois murais, um para expor o que eles produziram durante as aulas e o segundo mostrando como eles se veem dentro da escola. Dessa forma, acreditamos que esse projeto tenha contribuído muito para os estudantes da escola e para nós, discentes do curso de Letras, uma vez que fomos capazes de identificar problemas e tentar buscar soluções para eles. |