Resumo |
O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença crônica metabólica causada pela produção insuficiente de insulina pelo pâncreas. Exige do animal diabético uma modulação do metabolismo de forma a suprir a demanda energética das células dependentes de insulina, que não possuem glicose disponível para oxidação no meio intracelular. Ao chá verde é atribuído os efeitos de ser agente termogênico, promotor da oxidação lipídica e antioxidante. Com base nisto, este estudo avaliou a influência do chá verde no metabolismo energético do rato diabético. Foram utilizados dezoito ratos machos Wistar com 40 dias de idade, distribuídos aleatoriamente nos três seguintes grupos: Ctrl (controle saudável), recebeu tratamento placebo (água); Diabetes (controle diabético), recebeu tratamento placebo; Chá (diabetico tratado com chá verde), recebeu infusão de chá verde (100mg/Kg peso corporal). Os tratamentos foram administrados por gavagem diariamente. O DM1 foi induzido por dose única de estreptozotocina (60mg/Kg peso corporal) aplicada por via intraperitoneal e confirmado pelo estado hiperglicêmico dos animais após 2 dias. (glicemia de jejum > 250mg/dL). Após 42 dias de tratamento foi realizado o ensaio de calorimetria indireta pelo período de 1h. O experimento está registrado no CEUA/UFV sob o protocolo nº 53/2018. Os dados foram comparados por teste t não pareado entre os grupos Ctrl x Diabetes e Diabetes x Chá. O DM1 influenciou aumentando o consumo de oxigênio dos animais (x ̅ = 15,94 ± 0,78 mL/min/K^0,75; p = 0,0066) comparado ao Ctrl saudável (x ̅ = 14,07 ± 1,09), já o tratamento com chá verde aumentou ainda mais o consumo de O2 (x ̅ = 17,02 ± 0,91 mL/min/K^0,75; p = 0,0248). A produção de dióxido de carbono não foi influenciada estatisticamente nem pelo DM1e nem pelo tratamento com chá verde. O maior consumo de O2 refletiu no gasto energético diário (EE) dos animais diabéticos (x ̅ = 110,4 ± 4,39 Kcal/dia; p = 0,0160) quando comparados ao controle (x ̅ = 100,6 ± 7,08 Kcal/dia) e também dos animais diabéticos tratados com chá verde (x ̅ = 118,9 ± 8,08 Kcal/dia; p = 0,0474) quando comparados aos animais com DM1. O Coeficiente Respiratório (RQ), por consequência, foi reduzidos nos animais diabéticos, tratados ou não, variando entre 0,70 e 0,88, (p = 0,0024; comparado ao Ctrl), indicando um consumo preferencial de lipídios como fonte energética. Pela ausência da insulina, os animais diabéticos, tratados ou não com chá verde, modulam o metabolismo energético de forma a utilizarem fontes alternativas à glicose na manutenção do balanço energético. Nossos resultados indicam que o DM1 faz com que esta demanda seja suprida pela oxidação de lipídios nos animais diabéticos, refletindo no aumento do gasto energético e consumo de O2. O tratamento com chá verde aumentou ainda mais o gasto energético, podendo refletir na redução das reservas de gordura destes animais. |