Resumo |
O aumento da cobertura florestal que excede as perdas por desmatamento é uma tendência que define o fenômeno da transição florestal. Na Zona da Mata mineira este processo é precedido pelo desflorestamento histórico e expansão da agropecuária, que resultaram no estoque escasso de importantes remanescentes de espécies florestais da flora regional. Estudos regionais permitem observar dinâmicas sociais, econômicas, políticas e as demais evidências associadas à transição florestal. O objetivo foi analisar a variação da cobertura florestal, sob a perspectiva da transição florestal, na Zona da Mata mineira entre 2000 e 2014. Foi realizado o levantamento acerca das áreas de florestas, áreas destinadas à agropecuária, tamanho do rebanho, PIB per capita, população, valor adicionado (VAD) da agropecuária e da indústria. Também foi avaliada a correlação estatística destas variáveis com a variação na cobertura florestal. Foi verificado que a área de florestas aumentou, enquanto as áreas com atividades da agropecuária reduziram. Logo, foi possível inferir que o avanço da cobertura florestal está atrelado a fatores socioeconômicos e ao perfil da agropecuária regional. Os municípios que mais se destacaram no aumento de área florestal foram Divinésia, Senhora de Oliveira, São Miguel do Anta, Piranga e Porto Firme e apresentaram características em comum, como a existência de Unidades de Conservação, recebimento de ICMS Ecológico e a implementação de outras políticas ambientais. A evolução da cobertura florestal e panorama socioeconômico na Zona da Mata foram consoantes à hipótese da transição abordada na teoria.Em 1991 é observado o valor mínimo da área de florestas de 20,7%. A partir deste ano, tem-se o ponto de “virada”, o qual o aumento da cobertura predomina sobre o declínio. Conclui-se que a evolução da cobertura florestal, o perfil agropecuário e o contexto socioeconômico da Zona da Mata mineira apresentam consistência com a teoria da transição florestal, os quais indicam a ocorrência do processo da região. |