Resumo |
Metais pesados são conhecidos como substâncias tóxicas que podem afetar a homeostase de organismos biológicos, acarretando no aparecimento de doenças ou complicações de enfermidades já existentes. Eles podem ser encontrados no solo, ar e água. Dentre esses contaminantes, o arsênio (As) é conhecido por promover efeitos deletérios em órgãos reprodutivos masculinos. A principal forma de contato com o As se dá por meio de águas contaminadas, o que pode implicar em exposição por pessoas do mundo todo. Neste contexto, o presente trabalho objetivou analisar parâmetros biométricos e histológicos em epidídimos de animais expostos ao As. Para isso, 15 ratos Wistar adultos foram divididos em 3 grupos experimentais (n=5/grupo), sendo que animais do Grupo controle (C) receberam água filtrada, enquanto que animais dos outros grupos receberam arsênio, na forma de arsenito de sódio, nas concentrações de 1mg/L (grupo As1) e 10mg/L (grupo As2; CEUA n° 81/2018). A exposição ocorreu na água de beber por um período de 56 dias, o que corresponde a um ciclo do epitélio seminífero. Após o período de exposição, os animais foram eutanasiados e os epidídimos removidos, pesados e processados para avaliações histológicas. Coletou-se sangue para obtenção de soro e dosagem de testosterona sérica. Como resultado, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos experimentais quanto o peso dos epidídimos (C= 185,8 ± 5,296 g; As1= 171,7 ± 8,087 g; As2= 179,7 ± 8,926 g; P > 0,05) e na concentração de testosterona (C= 904,5 ± 56,71 ng/dl; As1= 823,6 ± 78,07 ng/dl; As2= 843,1 ± 69,14 ng/dl; P > 0,05). Não foram encontradas alterações morfológicas nos epidídimos dos animais expostos ao As em relação ao grupo controle. Contudo, observou-se uma redução de espermatozoides presentes no lúmen do órgão em relação aos animais controle, principalmente no grupo As2. Em conclusão, a exposição ao arsênio nas concentrações de 1 e 10 mg/L podem comprometer a presença de espermatozoides no lúmen dos epidídimos, sem alterar os dados biométricos e de testosterona sérica. |