Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11702

ISSN 2237-9045
Instituição Pré-Reitoria de Extensão e Cultura
Nível Graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Ciências Humanas
Setor Departamento de Geografia
Bolsa FUNARBEX
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FUNARBE
Primeiro autor Brenda de Araújo Dantas Jorge
Orientador GUSTAVO SOARES IORIO
Título Cartografia social e território da agricultura familiar frente à mineração na comunidade dos Mendes (Muriaé/MG)
Resumo A Serra do Brigadeiro, localizada na Zona da Mata de Minas Gerais, é tradicionalmente ocupada por unidades agrícolas de base familiar, que a partir da década de 1980 orientaram suas atividades para um projeto de desenvolvimento territorial sustentável, fundamentado na Agroecologia. Nesta mesma época, iniciaram-se na região os estudos prospectivos relacionados à mineração, que só vieram a público na década de 2000. A reprodução do modelo de agricultura familiar que vinha se desenvolvendo passa a ser ameaçada pelas ambições da mineração, instala-se um conflito entre territorialidades antagônicas. A cartografia social, então, integra-se ao conjunto de ações realizadas pela população e diversas entidades no enfrentamento à mineração. Esta, aliada à metodologias que favorecem a uma práxis transformadora, atua no fortalecimento da identidade política e cultural da(o)s agricultora(e)s, e oferece material cartográfico tecnicamente reconhecido para disputar representações territoriais das comunidades. Localizada no município de Muriaé (MG), a comunidade dos Mendes (São Mateus) é formada por 15 famílias agricultoras que optaram pela agroecologia como norteadora de suas atividades. Esta escolha em comum, somada ao fato de que compartilham entre si laços familiares e de proximidade geográfica, fazem com que a comunidade se articule no enfrentamento diário à mineração e a outras formas de expropriação da terra e de suas atividades. Neste panorama, o objetivo do projeto é contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar diante do enfrentamento à mineração, assim como propiciar espaços de diálogo que promovam a troca de saberes, conjugando ação-reflexão, a fim de que o espaço de formação política conflua para o aprofundamento da consciência crítica, necessária à transformação social (FREIRE, 1987). Até o presente momento, a equipe do projeto e a comunidade realizaram quatro Espaços de Diálogos e Práticas, onde foi possível discutir a conjuntura regional e da comunidade, e as diferentes apropriações e representações do território; realizar o mapeamento analógico pela(o)s agricultora(e)s em “mapa mudo”; discutir e sistematizar a percepção dessa(e)s agricultora(e)s sobre o território; identificar e selecionar pontos que caracterizam a comunidade; e discutir aspectos técnicos da representação cartográfica, como o layout dos mapas. O projeto tem como principal resultado a construção colaborativa de mapas que possam ser utilizados como instrumento político de legitimidade frente ao poder público, sendo que estes já estão em fase final de elaboração. Mas os resultados foram além, como o fortalecimento do laço entre comunidade e universidade, explicitado na fala do sr. Adair: “A universidade antes estava muito distante da gente, o estudante e o trabalhador rural.”; e a troca de saberes e reflexão sobre o território, como dito pelo sr. João Francisco: “Eu tenho 51 anos, e na última reunião aprendi coisas da comunidade que eu não sabia”.
Palavras-chave Agricultura familiar, mineração, cartografia social
Forma de apresentação..... Oral
Gerado em 0,62 segundos.