Resumo |
O CELIF-Curso de Extensão em Língua Francesa, projeto de extensão do Departamento de Letras, tem por objetivo a formação prática de licenciandos em Letras-Francês e de secretários executivos trilíngues, bem como o oferecimento de cursos de língua francesa à comunidade interna e externa à Universidade. Partindo da premissa de que a formação profissional dos licenciandos se completa pelos saberes práticos ou “saberes de ação” (BARBIER, 1996), isto é, pelo contato direto com a prática docente em sala de aula, o projeto possibilita aos seus estagiários a atuação como docentes regulares de um curso de língua francesa, no qual eles assumem a responsabilidade por tarefas que fazem parte do métier de professor, tais como a elaboração de planos de ensino, aulas, avaliações e oficinas pedagógicas; a correção de tarefas; a participação em reuniões pedagógicas e formações; a elaboração de atividades extracurriculares; entre outras. Neste pôster, apresentaremos algumas das atividades realizadas por uma bolsista PIBEX no CELIF, de modo a explicitar de que forma a experiência no projeto vem contribuindo com sua formação para o ensino. Mais especificamente, serão abordadas as estratégias encontradas pela estagiária para a introdução de conteúdos culturais e seu aprofundamento nas aulas de língua francesa. Ao ministrar aulas para turmas regulares e oficinas pedagógicas nos eventos realizados pela área de francês do Departamento de Letras, a bolsista constatou que, com frequência, as percepções dos alunos sobre a língua francesa eram permeadas por estereótipos que a romantizavam e a restringiam à França, sem considerar a diversidade linguística e cultural existente nos países de língua francesa, nos cinco continentes. Sendo assim, foi necessária a elaboração de atividades culturais que ampliassem a visão dos alunos sobre a francofonia e suas expressões na contemporaneidade, não apenas no intuito de apresentar essa diversidade cultural aos alunos, mas também de propiciar um diálogo intercultural. Como explica Abdallah-Pretceille (2008), se as dimensões linguística e cultural são condições necessárias à comunicação, em um mundo globalizado, marcado por fenômenos migratórios que diversificam e complexificam as experiências culturais, elas não são suficientes. Desse modo, buscou-se abordar a cultura não como um objeto fixo e imutável, mas sim apresentá-la em sua forma “dinâmica, complexa, contraditória e ambígua” (ABDALLAH-PRETCEILLE, 2008, p. 55) a fim de estimular nos alunos um “saber fazer” cultural e um senso crítico que lhes permitiriam compreender a cultura em suas realizações e desenvolver sua capacidade de alteridade. |