Resumo |
O presente trabalho buscou aprofundar a análise da macroestratégia discursiva do marketing pelo método confuso (doravante, MMC). Com o advento do politicamente correto, muitos humoristas têm recorrido a outros discursos como estratégia, principalmente o publicitário. Sendo assim, selecionamos um corpus de 24 esquetes do canal Porta dos Fundos a fim de identificar e descrever os atos de comunicação potencialmente humorísticos que pudessem demonstrar isso. Buscamos estabelecer uma relação entre as características do discurso humorístico e do discurso publicitário. Em seguida, compomos um quadro com as principais estratégias linguísticas e enunciativas utilizadas pelo que entendemos ser o MMC para, por fim, redefinir, com os dados coletados, as suas características. Para isto, nossa pesquisa se dividiu em três etapas: primeiramente, dedicamos um maior tempo à pesquisa bibliográfica, com o intuito de nos aprofundarmos nas características que marcam o MMC. Depois, nos voltamos para a descrição e a análise semiolinguística do corpus. Por fim, procuramos depreender as principais microestratégias linguísticas e enunciativas que pudessem contribuir para a definição do MMC. Isto posto, chegamos aos seguintes resultados: a maior parte das categorias de humor encontradas são do jogo enunciativo, prevalecendo o sarcasmo. Há recorrência também do jogo semântico, através das incoerências. Entre as técnicas de humor, estabelecidas por Freud, se sobressaiu mais a Réplica direta. Percebemos, também, que o MMC pode ser construído através apenas do jogo imagético. Além disso, tivemos a presença da paródia em alguns casos. Por fim, com base na Teoria Semiolinguística de Charaudeau e nos resultados encontrados, conseguimos destacar uma característica diferenciadora do MMC das demais estratégias publicitárias: a ausência da instância concorrência nos seus atos de comunicação. Essa ausência nos permitiu concluir que nessa estratégia humorística não existe um discurso que favoreça uma marca em detrimento da outra. |