Resumo |
O presente trabalho, em desenvolvimento desde agosto de 2018, tem como objetivo investigar o entrecruzamento de dois movimentos sociais no Brasil: O feminismo e o veganismo, compreendendo as diversidades tanto dos (as) indivíduos que as compõem como de suas pautas e reivindicações. Segundo a definição da The Vegan Society - a primeira sociedade vegana, fundada em 1944 - o veganismo é um movimento ético que assume a responsabilidade de lutar pela libertação animal e o fim da sua exploração em todos os setores da sociedade. Assim, pretende-se a dissolução da relação hierárquica entre humanos e não humanos, uma das características fundadoras da sociedade moderna, convencionalmente chamada de especismo. O feminismo luta pela equidade de direitos e a questiona das relações assimétricas de poder entre homens e mulheres, intrínsecas à dominação masculina e intitulada de patriarcado. Nesse sentido, procuramos responder às seguintes questões: quais as relações existentes entre o feminismo e o veganismo? Quem são os (as) sujeitos do feminismo vegano/animalista? Como metodologia foi utilizada a linguística de corpus, em que é coletado e analisado um corpus de dados específico. Este diz respeito a um conjunto de dados textuais a terem sua composição escrutinada linguisticamente. Para a formação do corpus textual deste trabalho, utilizamos a seguinte estratégia: amostragem intencional através da seleção de sites (blogs, noticiários, revistas não acadêmicas) que representassem cada um dos movimentos, sendo três deles com temática sobre veganismo e três com temática sobre feminismo. As indicações dos nomes escolhidos deram-se por meio de outros sites e seguindo a ordem de recomendação do Google. Após este primeiro levantamento, o volume de matérias/reportagens presente em cada site com as palavras-chave “feminismo” (nos sites veganos) e “veganismo” (nos sites feministas) definiu a amostra final. Os sites escolhidos foram: Hysteria, Geledés, Escreva Lola Escreva, Veganagente, Vegpedia e Portal Veganismo. Logo após, foi realizada a composição do corpus e sua análise com auxílio do software IRAMUTEQ. Acreditamos que os resultados podem contribuir para a percepção das afinidades entre os sistemas especista e patriarcal, como também dos movimentos que lutam pela igualdade entre espécies e entre gêneros, sinalizando suas atuações no contexto midiático brasileiro. |